Gigante americana suspeita que a startup chinesa DeepSeek usou a API da OpenAI para desenvolver seu modelo de IA, o R1, desafiando as big techs dos EUA.
29 de Janeiro de 2025 às 15h10

Microsoft e OpenAI investigam possível acesso ilegal de dados pela DeepSeek

Gigante americana suspeita que a startup chinesa DeepSeek usou a API da OpenAI para desenvolver seu modelo de IA, o R1, desafiando as big techs dos EUA.

A Microsoft e a OpenAI estão conduzindo uma investigação para apurar se a startup chinesa de inteligência artificial, DeepSeek, obteve dados da OpenAI de maneira não autorizada. Fontes familiarizadas com o caso relataram que, entre outubro e novembro de 2024, a equipe de segurança da Microsoft detectou uma extração incomum de dados via API da OpenAI, que poderia estar relacionada a indivíduos ligados à DeepSeek.

A API (Interface de Programação de Aplicações) da OpenAI permite que desenvolvedores integrem modelos de inteligência artificial em suas aplicações mediante uma licença paga. A Microsoft, que é a maior investidora da OpenAI, notificou a empresa sobre essa atividade, que poderia violar os termos de uso da OpenAI. A suspeita é de que o grupo tenha encontrado formas de contornar as restrições impostas pela OpenAI sobre a quantidade de dados acessíveis.

Recentemente, a DeepSeek lançou o modelo de IA R1, que promete imitar o raciocínio humano e desafiar a liderança de empresas como OpenAI, Meta e Google. A startup chinesa alega que o R1 rivaliza ou até supera os produtos das principais empresas americanas em diversos testes, incluindo tarefas matemáticas e conhecimento geral, e foi desenvolvido a um custo significativamente menor.

A reação do mercado foi intensa, com ações de empresas de tecnologia, incluindo Microsoft, Nvidia, Oracle e Alphabet (controladora do Google), caindo drasticamente. A perda total de valor de mercado dessas empresas chegou a quase US$ 1 trilhão após o anúncio do R1.

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David Sacks, ex-assessor de inteligência artificial do presidente Donald Trump, afirmou que existem “evidências substanciais” de que a DeepSeek utilizou os modelos da OpenAI para desenvolver sua tecnologia. Em entrevista à Fox News, Sacks mencionou uma técnica chamada destilação, onde um modelo de IA aprende a partir dos resultados de outro modelo.

“Há evidências substanciais de que a DeepSeek destilou conhecimento dos modelos da OpenAI, e acredito que a OpenAI não esteja satisfeita com isso”, declarou Sacks, embora não tenha fornecido detalhes sobre as evidências.

Em resposta, a OpenAI não abordou diretamente as alegações de Sacks, mas afirmou que está ciente de que empresas da República Popular da China e de outros locais tentam constantemente destilar os modelos das principais empresas de IA dos EUA. A OpenAI destacou que adota medidas rigorosas para proteger sua propriedade intelectual e que é crucial trabalhar em colaboração com o governo dos EUA para salvaguardar seus modelos mais avançados.

A DeepSeek, por sua vez, confirmou que utilizou a técnica de destilação em seu sistema R1, mas enfatizou que se baseou em modelos de código aberto, ao contrário da OpenAI, que mantém seus sistemas fechados. Modelos como o Llama, da Meta, estão disponíveis gratuitamente para uso.

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