DeepSeek, startup chinesa, é acusada de utilizar dados do ChatGPT para treinar seus modelos de IA, segundo OpenAI e Microsoft.
29 de Janeiro de 2025 às 16h10

OpenAI e governo dos EUA suspeitam que DeepSeek copiou tecnologia de IA

DeepSeek, startup chinesa, é acusada de utilizar dados do ChatGPT para treinar seus modelos de IA, segundo OpenAI e Microsoft.

A startup chinesa DeepSeek tem gerado polêmica após o lançamento de seu modelo de inteligência artificial, que vem sendo comparado a ferramentas renomadas como o ChatGPT. A OpenAI, criadora do ChatGPT, e a Microsoft, investidora da empresa, levantaram suspeitas de que a DeepSeek teria utilizado sua API sem autorização, o que explicaria seu crescimento repentino e impressionante.

Em declarações ao Financial Times, a OpenAI afirmou ter encontrado evidências que sugerem que a DeepSeek empregou uma técnica conhecida como “destilação”. Este método consiste em treinar modelos de IA utilizando dados extraídos de modelos mais robustos e avançados, como os da OpenAI. Se confirmada, essa prática indicaria uma violação de propriedade intelectual, permitindo que a DeepSeek desenvolvesse suas tecnologias de forma mais rápida e a um custo reduzido.

A Microsoft também se manifestou sobre o assunto, informando ao Bloomberg que detectou um movimento de extração indevida de grandes volumes de dados da OpenAI no final de 2024, o que reforça as suspeitas sobre a DeepSeek. A relação entre a Microsoft e a OpenAI, que é de parceria e investimento, intensifica o interesse da gigante da tecnologia na investigação do caso.

O governo dos Estados Unidos também está atento à situação. Em uma entrevista ao canal Fox News, David Sacks, ex-assessor da Casa Branca em tecnologia e inteligência artificial, afirmou que existem “evidências substanciais” de que a DeepSeek utilizou dados da OpenAI para treinar seus modelos, o que poderia configurar uma violação das leis de propriedade intelectual.

Até o momento, tanto a OpenAI quanto o governo americano não forneceram detalhes específicos sobre as evidências que comprometeriam a DeepSeek. No entanto, a preocupação com a empresa chinesa é palpável, a ponto de a Marinha dos Estados Unidos ter proibido seus membros de utilizarem ferramentas desenvolvidas pela DeepSeek.

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A DeepSeek é uma startup que emergiu rapidamente no cenário da inteligência artificial, apresentando um modelo generativo que promete resultados tão ou mais eficazes que os de concorrentes ocidentais. Os desenvolvedores da empresa alegam que o custo de desenvolvimento de sua tecnologia foi de menos de 6 milhões de dólares, um valor consideravelmente inferior aos 100 milhões gastos pela OpenAI no desenvolvimento do GPT-4.

O modelo de IA da DeepSeek, denominado DeepSeek-R1, é de código aberto e tem gerado interesse global, especialmente entre as empresas de tecnologia dos Estados Unidos. A rapidez com que a empresa se destacou no mercado e a qualidade de suas respostas têm causado preocupação, levando a questionamentos sobre a sustentabilidade e a ética de suas práticas de desenvolvimento.

A chegada da DeepSeek ao mercado não apenas desafia a OpenAI, mas também afeta outras gigantes da tecnologia, como a Nvidia, que fornece infraestrutura para IA. A disparidade nos custos de desenvolvimento levantou dúvidas sobre a necessidade de tecnologias mais complexas, resultando em uma queda significativa no valor das ações da Nvidia.

Além disso, a ascensão da DeepSeek contrasta com os esforços dos Estados Unidos para se manter como líder global em inteligência artificial. O presidente Donald Trump havia anunciado o Stargate Project, uma iniciativa ambiciosa que visa investir 500 bilhões de dólares nos próximos anos para o desenvolvimento de tecnologias avançadas de IA.

Apesar das preocupações e investigações em andamento, a DeepSeek continua a expandir suas operações. Recentemente, a empresa lançou um novo modelo de IA generativa de imagens, o Janus-Pro-7B, demonstrando que está disposta a continuar sua trajetória de crescimento no competitivo mercado de inteligência artificial.

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