Congresso Nacional é iluminado com as cores da bandeira trans em homenagem ao dia da visibilidade
Projeção das cores rosa, branca e azul celebra o Dia Nacional da Visibilidade Trans, promovendo igualdade de direitos.
O Palácio do Congresso Nacional, localizado em Brasília, foi iluminado nesta quarta-feira, 29 de janeiro, com as cores da bandeira do orgulho trans: rosa, branco e azul. A ação marca a celebração do Dia Nacional da Visibilidade Trans, que é comemorado desde 2004.
A data foi escolhida para promover a visibilidade de pessoas trans e travestis, além de destacar a importância da igualdade de direitos em áreas como saúde, educação e emprego. A iniciativa foi proposta pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma das primeiras mulheres trans eleitas para a Câmara dos Deputados.
O Dia Nacional da Visibilidade Trans foi instituído em 2004, após o lançamento da campanha “Travesti e Respeito” pelo Ministério da Saúde, que buscou chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas por essa população. Desde então, a data tem sido utilizada para promover discussões sobre igualdade e direitos humanos.
De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), cerca de 90% das travestis e mulheres transexuais no Brasil recorrem à prostituição devido à falta de oportunidades no mercado de trabalho. Essa realidade evidencia a necessidade de políticas públicas que garantam acesso a empregos e educação para esse grupo.
Além disso, a violência e a intolerância contra pessoas trans continuam a ser uma preocupação significativa. Um dossiê da ONG Rede Trans Brasil, que será divulgado nesta data, aponta que 105 pessoas trans foram assassinadas no Brasil em 2024. Os estados que apresentaram os maiores números de casos foram São Paulo, Minas Gerais e Ceará.
Nos últimos nove anos, 1.181 pessoas trans foram mortas no país, colocando o Brasil em uma posição alarmante em relação à violência contra travestis e transexuais no mundo. Essa estatística ressalta a urgência de ações efetivas para combater a discriminação e garantir a segurança dessa população.
A bandeira do orgulho trans, que foi criada em 1999 pela artista trans Monica Helms, é composta por cinco faixas horizontais nas cores azul, rosa e branco, representando a diversidade de identidades de gênero. A projeção das cores no Congresso Nacional é um símbolo de resistência e luta por direitos iguais.
As deputadas Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (PSOL-SP), que foram eleitas em 2022, também destacaram a importância de mais representatividade no legislativo. Salabert afirmou: “Nada para nós é garantido e nem será enquanto formos tão poucas ocupando espaços de poder.” Hilton complementou, ressaltando que a iniciativa é um lembrete de que as pessoas trans estão presentes e exigem ser ouvidas nas discussões sobre políticas públicas.
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