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Trump assina decreto que proíbe participação de atletas trans em esportes femininos
Medida controversa visa excluir meninas e mulheres trans de competições em escolas e universidades dos EUA.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (5) um decreto que proíbe a participação de meninas e mulheres transgêneros em competições esportivas femininas nas escolas e universidades do país. A ação, intitulada “Mantendo os homens fora dos esportes femininos”, cumpre uma promessa feita durante sua campanha para a reeleição em 2024.
A nova ordem executiva é vista como uma tentativa da administração Trump de reforçar políticas que, segundo seus apoiadores, visam garantir a equidade nas competições esportivas femininas. No entanto, críticos da medida afirmam que ela representa uma violação dos direitos de atletas trans e contribui para a discriminação de um grupo já marginalizado.
A decisão ocorre em um contexto de intensos debates sobre a participação de pessoas trans no esporte e em outros setores da sociedade. Na véspera da assinatura do decreto, a Justiça americana suspendeu outra medida assinada por Trump, que determinava a transferência de mulheres trans para prisões masculinas federais, além de bloquear a suspensão do acesso a tratamentos de afirmação de gênero.
Durante a cerimônia de assinatura, Trump declarou: “De agora em diante, os esportes femininos serão apenas para mulheres”, enfatizando que sua administração “defenderá a orgulhosa tradição das atletas femininas”. Ele também alertou que as escolas que não cumprirem a nova ordem podem ser investigadas por violações do Título IX, que proíbe a discriminação com base no sexo em programas educacionais que recebem financiamento federal.
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A nova política é uma mudança significativa em relação à abordagem adotada pela administração anterior, liderada por Joe Biden, que buscou promover a inclusão de atletas trans nas competições femininas. A gestão Biden reverteu várias políticas de Trump, garantindo proteção aos direitos dos alunos LGBT+, mas não se manifestou de forma clara sobre a participação de atletas transgêneros.
Embora a nova ordem possa ter um impacto significativo sobre a comunidade de atletas trans, é desafiador quantificar exatamente quantos atletas serão afetados. Em estados que já implementaram restrições semelhantes, não foram registrados casos relevantes de participação de atletas transgêneros que justificassem a adoção de tais medidas.
O decreto de Trump também foi recebido com aplausos por parte de alguns grupos que defendem a exclusão de atletas trans de competições femininas, argumentando que isso é necessário para proteger os direitos das mulheres no esporte. No entanto, organizações de defesa dos direitos humanos e atletas trans criticaram a medida como uma tentativa de deslegitimar a identidade de gênero e os direitos de uma minoria.
A questão da participação de atletas trans em competições femininas continua a ser um tema polêmico nos Estados Unidos, com opiniões divididas entre aqueles que apoiam a inclusão e aqueles que defendem a exclusão. O impacto real da nova ordem executiva de Trump ainda está por ser determinado, mas a medida certamente intensificará os debates sobre igualdade e direitos no esporte.
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