O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu criticou a confusão durante a soltura de reféns e adiou a libertação de 110 prisioneiros palestinos.
30 de Janeiro de 2025 às 11h29

Israel suspende liberação de prisioneiros após entrega caótica de reféns pelo Hamas

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu criticou a confusão durante a soltura de reféns e adiou a libertação de 110 prisioneiros palestinos.

O governo de Israel decidiu suspender, "até nova ordem", a libertação de 110 prisioneiros palestinos que estava programada para ocorrer nesta quinta-feira (30). A decisão foi tomada após o Hamas ter libertado oito reféns, incluindo três israelenses, em uma entrega marcada por cenas de confusão e agitação na cidade de Khan Younis, na Faixa de Gaza.

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu divulgou um comunicado afirmando que a liberação dos prisioneiros palestinos foi adiada até que a segurança dos reféns israelenses seja garantida. “O primeiro-ministro instruiu o adiamento da liberação dos palestinos programados para serem libertados na quinta-feira até que a saída segura dos reféns israelenses seja assegurada nos próximos dias”, informou a nota.

Os ônibus que transportavam os prisioneiros palestinos foram instruídos a retornar às prisões, de acordo com uma autoridade israelense. A liberação dos prisioneiros palestinos estava prevista como uma contrapartida à soltura dos reféns pelo Hamas, conforme os termos acordados entre as partes durante o cessar-fogo que entrou em vigor em 19 de janeiro.

Durante a entrega dos reféns, Netanyahu expressou sua indignação com a forma como a operação foi conduzida, descrevendo as cenas de entrega como “inaceitáveis”. Ele exigiu que mediadores garantissem que situações semelhantes não se repetissem. “Vejo com extrema gravidade as cenas chocantes durante a libertação de nossos reféns. Isso é mais uma prova da crueldade inconcebível da organização terrorista Hamas”, declarou Netanyahu.

Entre os reféns libertados, estava a soldado Agam Berger, de 19 anos, que foi recebida por sua família após ser solta em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza. A jovem foi levada ao hospital para avaliação médica após a libertação. Outros sete reféns, incluindo os civis israelenses Arbel Yehud, de 29 anos, e Gadi Mozes, de 80 anos, também foram libertados e já estão em território israelense.

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Os cinco tailandeses libertados foram identificados como Thenna Pongsak, Sathian Suwannakham, Sriaoun Watchara, Seathao Bannawat e Rumnao Surasak. Eles trabalhavam em fazendas israelenses próximas à fronteira com Gaza e foram entregues em meio a uma multidão que se aglomerou no local da entrega.

Após a libertação, Netanyahu reiterou sua posição de que qualquer ato que coloque em risco a segurança dos reféns israelenses terá consequências severas. “Quem ousar prejudicar nossos reféns pagará o preço”, afirmou o primeiro-ministro.

Familiares dos reféns celebraram a libertação em Tel Aviv, onde multidões se reuniram para comemorar. Entretanto, a suspensão da liberação dos prisioneiros palestinos gerou um clima de incerteza sobre o futuro das negociações e acordos entre as partes.

O Hamas, por sua vez, solicitou aos mediadores que intervenham na decisão de Israel de adiar a libertação dos prisioneiros palestinos. A situação continua tensa, com a expectativa de que novos desdobramentos ocorram nas próximas horas.

O cessar-fogo em vigor, que foi estabelecido após longas negociações mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito, prevê a troca de todos os reféns ainda em poder do Hamas. O acordo também inclui a liberação de prisioneiros em etapas, com um total de 33 reféns israelenses e quase 2 mil palestinos previstos para serem libertados ao longo das negociações.

As próximas semanas devem ser cruciais para o andamento do acordo, especialmente em relação à retirada das tropas israelenses de Gaza e à reconstrução da região, que enfrenta desafios significativos devido ao conflito recente.

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