
Zelensky se diz disposto a renunciar em troca da adesão da Ucrânia à Otan
Durante coletiva em Kiev, presidente ucraniano condicionou saída ao fim da guerra e garantias de segurança.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste domingo, 23, que está pronto para deixar a presidência “imediatamente” se isso garantir a adesão de seu país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa em Kiev, na véspera do terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia.
Em suas palavras, Zelensky afirmou: “Se realmente precisarem que eu deixe meu cargo, estou disposto. Posso trocar a presidência pela adesão à Otan”. Essa proposta surge em um contexto de crescente tensão entre Kiev e Washington, especialmente após críticas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se referiu a Zelensky como “ditador” na última semana.
O presidente ucraniano enfatizou a necessidade de garantias de segurança concretas para a Ucrânia, destacando a importância de um entendimento mútuo com Trump. “Gostaria muito de uma compreensão mútua da parte de Trump”, disse Zelensky, ressaltando que tais garantias são essenciais para ajudar Kiev a se defender da invasão russa.
Além de discutir sua disposição em deixar o cargo, Zelensky também comentou sobre a situação atual da guerra, que se intensificou com um ataque aéreo russo que resultou no lançamento de 267 drones em uma única noite, um recorde desde o início do conflito. O porta-voz do Comando da Força Aérea da Ucrânia, Yuriy Ignat, informou que 138 drones foram interceptados, enquanto outros 119 desapareceram dos radares.


As consequências desse ataque ainda estão sendo avaliadas, mas relatos iniciais sugerem que pelo menos três pessoas perderam a vida, com danos registrados em várias regiões, incluindo Dnipro, Odessa, Poltava, Kiev e Zaporizhzhia.
Zelensky, que foi eleito pouco antes do início da guerra, também expressou seu desejo de que Trump se torne um verdadeiro parceiro da Ucrânia, além de um mediador nas negociações com a Rússia. “Eu realmente quero que seja mais do que apenas mediação... isso não é o suficiente”, afirmou durante a coletiva.
Nos últimos dias, a relação entre Ucrânia e Estados Unidos tem sido marcada por desavenças, especialmente após Trump anunciar sua intenção de iniciar negociações de paz com a Rússia sem a participação da Ucrânia. Essa abordagem gerou mal-estar entre os líderes europeus e a administração de Zelensky.
O presidente ucraniano também fez um apelo à comunidade internacional, solicitando apoio e cooperação para enfrentar os desafios impostos pela guerra. “Precisamos da força de toda a Europa, dos EUA e de todos que buscam uma paz duradoura”, concluiu Zelensky.
A situação continua a evoluir, e as próximas semanas serão cruciais para determinar o futuro da Ucrânia e suas relações com aliados ocidentais.
Veja também: