Durante coletiva em Kiev, presidente ucraniano condicionou saída ao fim da guerra e garantias de segurança.
23 de Fevereiro de 2025 às 19h32

Zelensky se diz disposto a renunciar em troca da adesão da Ucrânia à Otan

Durante coletiva em Kiev, presidente ucraniano condicionou saída ao fim da guerra e garantias de segurança.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste domingo, 23, que está pronto para deixar a presidência “imediatamente” se isso garantir a adesão de seu país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa em Kiev, na véspera do terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia.

Em suas palavras, Zelensky afirmou: “Se realmente precisarem que eu deixe meu cargo, estou disposto. Posso trocar a presidência pela adesão à Otan”. Essa proposta surge em um contexto de crescente tensão entre Kiev e Washington, especialmente após críticas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se referiu a Zelensky como “ditador” na última semana.

O presidente ucraniano enfatizou a necessidade de garantias de segurança concretas para a Ucrânia, destacando a importância de um entendimento mútuo com Trump. “Gostaria muito de uma compreensão mútua da parte de Trump”, disse Zelensky, ressaltando que tais garantias são essenciais para ajudar Kiev a se defender da invasão russa.

Além de discutir sua disposição em deixar o cargo, Zelensky também comentou sobre a situação atual da guerra, que se intensificou com um ataque aéreo russo que resultou no lançamento de 267 drones em uma única noite, um recorde desde o início do conflito. O porta-voz do Comando da Força Aérea da Ucrânia, Yuriy Ignat, informou que 138 drones foram interceptados, enquanto outros 119 desapareceram dos radares.

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As consequências desse ataque ainda estão sendo avaliadas, mas relatos iniciais sugerem que pelo menos três pessoas perderam a vida, com danos registrados em várias regiões, incluindo Dnipro, Odessa, Poltava, Kiev e Zaporizhzhia.

Zelensky, que foi eleito pouco antes do início da guerra, também expressou seu desejo de que Trump se torne um verdadeiro parceiro da Ucrânia, além de um mediador nas negociações com a Rússia. “Eu realmente quero que seja mais do que apenas mediação... isso não é o suficiente”, afirmou durante a coletiva.

Nos últimos dias, a relação entre Ucrânia e Estados Unidos tem sido marcada por desavenças, especialmente após Trump anunciar sua intenção de iniciar negociações de paz com a Rússia sem a participação da Ucrânia. Essa abordagem gerou mal-estar entre os líderes europeus e a administração de Zelensky.

O presidente ucraniano também fez um apelo à comunidade internacional, solicitando apoio e cooperação para enfrentar os desafios impostos pela guerra. “Precisamos da força de toda a Europa, dos EUA e de todos que buscam uma paz duradoura”, concluiu Zelensky.

A situação continua a evoluir, e as próximas semanas serão cruciais para determinar o futuro da Ucrânia e suas relações com aliados ocidentais.

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