O IPCA-15, indicador da inflação, mostra aceleração em relação a janeiro; principais influências foram Habitação e Educação.
25 de Fevereiro de 2025 às 11h10

Inflação prévia atinge 1,23% em fevereiro, a maior taxa em nove anos

O IPCA-15, indicador da inflação, mostra aceleração em relação a janeiro; principais influências foram Habitação e Educação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou uma alta de 1,23% em fevereiro de 2025, marcando um aumento significativo em relação aos 0,11% observados em janeiro. Este resultado representa a maior taxa para o mês de fevereiro desde 2016, quando a inflação atingiu 1,42%.

A divulgação foi feita nesta terça-feira, 25 de fevereiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As projeções anteriores indicavam uma expectativa de alta entre 1,30% e 1,50%, com uma mediana de 1,43%.

Os principais grupos que contribuíram para essa elevação foram Habitação, com uma alta de 4,34%, e Educação, que registrou um aumento de 4,78%. Esses grupos impactaram o índice geral em 0,63 e 0,29 pontos percentuais, respectivamente. O resultado é o mais elevado desde abril de 2022, quando o IPCA-15 alcançou 1,73%.

Entre os grupos pesquisados, as únicas variações negativas foram registradas em Vestuário, que teve uma queda de 0,08%, e Comunicação, com uma redução de 0,06%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 apresenta uma alta de 4,96%, superando os 4,50% do período anterior.

O grupo Habitação foi especialmente afetado pelo aumento da energia elétrica, que subiu 16,33% em fevereiro, após a queda de 15,46% em janeiro, devido à incorporação do bônus de Itaipu. Além disso, a taxa de água e esgoto também contribuiu, com reajustes em várias cidades, como Belo Horizonte e Porto Alegre.

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No setor de Educação, os cursos regulares mostraram a maior variação, com um aumento de 5,69%, refletindo os reajustes comuns no início do ano letivo. O ensino fundamental e médio apresentaram altas de 7,50% e 7,26%, respectivamente.

O grupo Alimentação e Bebidas teve uma variação de 0,61%, com a alimentação no domicílio aumentando 0,63% em fevereiro, embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior, que foi de 1,10%. A cenoura e o café moído foram os itens que mais subiram, com altas de 17,62% e 11,63%.

Os combustíveis também impactaram a inflação, com aumento de 1,88% nos Transportes, sendo que o etanol e a gasolina tiveram altas de 3,22% e 1,71%, respectivamente. Por outro lado, as passagens aéreas apresentaram uma queda de 20,42%.

Com a inflação em alta, o Banco Central já sinalizou a possibilidade de novas elevações na taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano. A expectativa é que essa taxa chegue a 14,25% em março, o que representa um aumento significativo em um contexto de inflação elevada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em declaração recente, afirmou que o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá a missão de “consertar” os juros, embora tenha reconhecido que isso exigirá tempo e paciência.

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