O IPCA-15 acumula 4,96% em 12 meses, superando a meta do governo de 4,5%. Sete dos nove grupos analisados registraram alta.
25 de Fevereiro de 2025 às 14h52

Inflação de fevereiro atinge 1,23%, maior alta desde abril de 2022

O IPCA-15 acumula 4,96% em 12 meses, superando a meta do governo de 4,5%. Sete dos nove grupos analisados registraram alta.

A prévia da inflação em fevereiro apresentou um aumento de 1,23%, a maior taxa desde abril de 2022, quando o índice alcançou 1,73%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi impulsionado principalmente pelo aumento das tarifas de energia elétrica, que subiram 16,33%. Em janeiro, a inflação havia sido de apenas 0,11%.

Comparando os meses de fevereiro, este resultado é o mais elevado desde 2016, quando o IPCA-15 registrou 1,42%. Em fevereiro do ano passado, a prévia da inflação foi de 0,78%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 soma 4,96%, ultrapassando a meta estabelecida pelo governo de 4,5%.

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, sete apresentaram altas significativas. O grupo habitação, que inclui as contas de luz, teve um aumento de 4,34%, contribuindo com 0,63 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. O aumento no custo da energia elétrica é atribuído à ausência do desconto conhecido como Bônus Itaipu, que havia reduzido as contas em janeiro.

O impacto do aumento da energia elétrica foi acentuado pela comparação com o mês anterior, onde o índice havia registrado uma deflação de 15,46% devido ao desconto. Assim, a base de comparação baixa resultou em uma inflação elevada entre janeiro e fevereiro.

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Outro fator que pressionou os preços foi o grupo educação, que subiu 4,78%, com um impacto de 0,29 p.p. Esse aumento é decorrente dos reajustes anuais nos cursos regulares, que costumam ocorrer no início do calendário letivo, com as maiores variações observadas no ensino fundamental (7,50%), ensino médio (7,26%) e ensino superior (4,08%).

O setor de alimentos e bebidas, por sua vez, registrou uma alta de 0,61%, uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando a inflação foi de 1,06%. Os preços do café moído aumentaram 11,63%, sendo o item com maior pressão de alta, enquanto a batata-inglesa, o arroz e as frutas apresentaram deflação.

No grupo transportes, que teve um aumento de 0,44% e impacto de 0,09 p.p., os combustíveis também registraram alta, com o etanol subindo 3,22% e o diesel 2,42%. Contudo, as passagens aéreas caíram 20,42%, ajudando a conter o aumento geral da inflação.

O IPCA-15, que utiliza a mesma metodologia do IPCA, coleta preços de uma cesta de produtos e serviços em 11 localidades do país, incluindo as regiões metropolitanas de grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. O índice oficial de inflação, o IPCA, será divulgado em 12 de março.

Os dados revelam que, apesar da alta generalizada nos preços, a inflação de alimentos desacelerou, refletindo uma preocupação do governo em controlar os preços dos alimentos neste início de ano. O comportamento dos preços nos próximos meses será observado com atenção, especialmente em relação aos efeitos das políticas econômicas em vigor.

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