
Governo do RS mantém aulas na rede pública apesar da onda de calor extremo
Colégios estaduais terão autonomia para solicitar mudanças conforme a situação climática, afirma secretaria da Educação.
O governo do Rio Grande do Sul decidiu, nesta terça-feira (25), que as aulas nas 2.320 escolas estaduais permanecerão mantidas, mesmo diante da previsão de continuidade da onda de calor extremo que atinge o estado. A decisão foi anunciada durante uma coletiva de imprensa realizada no Centro Administrativo de Contingência, em Porto Alegre, pelas secretárias da Educação, Raquel Teixeira, e de Obras Públicas, Izabel Matte, juntamente com representantes do Cpers Sindicato, que representa os professores.
Raquel Teixeira afirmou que as escolas terão autonomia para solicitar a suspensão das aulas junto às Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), que analisarão cada pedido de forma individual. “As análises serão feitas caso a caso”, disse a secretária, destacando que algumas escolas estão preparadas para lidar com as altas temperaturas, enquanto outras enfrentam dificuldades.
Para garantir a segurança dos alunos, a Secretaria da Educação já implementou uma série de medidas preventivas. Entre elas, a possibilidade de ajustes nos horários de entrada e saída das aulas, além da suspensão de atividades físicas durante os momentos mais quentes do dia. A ampliação da hidratação nas escolas também foi estabelecida, com a oferta de mais água aos alunos e a adaptação do cardápio da merenda escolar para opções mais leves e frescas.
O governo anunciou ainda um investimento de R$ 180 milhões, parte do programa Agiliza Educação, destinado à aquisição de ventiladores, bebedouros e outros equipamentos que visam melhorar o conforto térmico nas unidades de ensino. “Esta não é a primeira onda de calor e não será a última. É a realidade ambiental que construímos para nosso planeta”, ressaltou Izabel Matte.
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A presidente do Cpers, Rosane Zan, enfatizou a importância de um protocolo para situações de altas temperaturas. Ela alertou que a fiscalização nas escolas continuará e que a educação não pode ocorrer em ambientes insalubres. “Se não houver uma resposta satisfatória da Seduc, a última medida será a greve”, afirmou.
As aulas na rede estadual do Rio Grande do Sul começaram no último dia 13, após um adiamento devido a uma liminar do sindicato. A previsão inicial era que as atividades tivessem início três dias antes. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) acolheu o pedido da Procuradoria-Geral do Estado, garantindo o retorno às aulas.
Além disso, a secretária Raquel Teixeira mencionou que o governo está trabalhando para resolver problemas de infraestrutura em cerca de 800 colégios estaduais, especialmente aqueles relacionados à rede elétrica, para garantir que as escolas estejam adequadas para enfrentar as altas temperaturas.
O Cpers também se comprometeu a participar das discussões para a elaboração do calendário letivo de 2026, uma vez que atualmente não participa desse processo. O sindicato busca melhorias nas condições de ensino e promete continuar ouvindo a categoria e denunciando casos de escolas sem condições adequadas para o funcionamento.
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