
Dívida pública federal recua 0,87% e chega a R$ 7,25 trilhões em janeiro
Em janeiro, a dívida pública federal caiu R$ 63,39 bilhões em relação a dezembro de 2024, segundo dados do Tesouro Nacional.
A dívida pública federal do Brasil registrou uma queda de 0,87% em janeiro de 2025, atingindo R$ 7,25 trilhões. O valor representa uma redução de R$ 63,39 bilhões em comparação ao estoque de R$ 7,32 trilhões registrado em dezembro de 2024. Os dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional na quarta-feira, 26 de fevereiro.
A dívida pública é um instrumento utilizado pelo governo federal para financiar o déficit orçamentário, que ocorre quando as despesas superam a arrecadação com impostos e outras receitas. Esse indicador é considerado crucial para a avaliação da capacidade de pagamento do país pelas agências de classificação de risco.
O estoque da dívida inclui tanto os débitos internos quanto externos do governo. Em dezembro de 2023, a dívida pública havia alcançado R$ 6,52 trilhões, mostrando um aumento significativo ao longo de 2024.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a dívida pública encerrou 2024 em 76,1%, conforme dados do Banco Central (BC), o que representa um aumento de 2,2 pontos percentuais em comparação ao ano anterior. Essa métrica é conhecida como Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) e inclui títulos emitidos pelo governo e dívidas de estados e municípios.
O Tesouro Nacional também informou que, em janeiro, a correção de juros na dívida pública foi de R$ 46,37 bilhões, enquanto o resgate líquido totalizou R$ 109,76 bilhões. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) apresentou uma queda de 0,23%, fechando o mês em R$ 6,951 trilhões.


A Dívida Pública Federal externa (DPFe) teve uma redução ainda mais acentuada, caindo 13,57% e totalizando R$ 301,81 bilhões ao final de janeiro. A elevação da taxa básica de juros, atualmente em 13,25% ao ano, resultou em um aumento da participação dos títulos atrelados à Selic, que subiu de 46,29% em dezembro para 47,98% em janeiro.
Os títulos prefixados, por sua vez, apresentaram uma queda na participação, passando de 21,99% para 20,15%. Já os papéis atrelados à inflação aumentaram sua participação, subindo de 26,96% para 27,72% do estoque da dívida pública.
O Tesouro também destacou que a parcela da dívida a vencer em 12 meses diminuiu, passando de 17,87% em dezembro para 17,28% em janeiro. O prazo médio da dívida aumentou de 4,05 anos para 4,11 anos, enquanto o custo médio acumulado em 12 meses da dívida pública caiu de 11,80% ao ano para 11,40% ao ano.
No que diz respeito à participação dos investidores estrangeiros, houve uma redução na parcela dos não residentes no Brasil, que caiu de 10,20% em dezembro de 2024 para 9,94% em janeiro de 2025. O estoque de papéis nas mãos de investidores estrangeiros totalizou R$ 691,15 bilhões em janeiro, comparado a R$ 710,91 bilhões em dezembro.
O Tesouro Nacional encerrou janeiro com R$ 743,92 bilhões no chamado “colchão da dívida”, uma reserva de liquidez destinada a honrar compromissos com investidores. Esse valor representa uma queda de 13,51% em relação aos R$ 860,15 bilhões registrados em dezembro.
O colchão da dívida é um importante termômetro para avaliar se o país possui recursos suficientes para pagar seus investidores ou se precisará recorrer ao mercado para reforçar o caixa. O montante atual é suficiente para cobrir 6,72 meses de pagamentos de títulos, um aumento em relação aos 6,24 meses de dezembro, e está acima do mínimo prudencial estabelecido pelo Tesouro.
Veja também: