
Banco Citigroup credita acidentalmente US$ 81 trilhões a cliente em vez de US$ 280
Erro foi detectado por um terceiro funcionário após uma hora e meia; transação foi revertida rapidamente.
O Citigroup Inc. cometeu um erro monumental ao creditar acidentalmente a conta de um cliente com a quantia de US$ 81 trilhões, em vez do valor correto de US$ 280. O incidente ocorreu em abril do ano passado e foi revelado por um relatório interno divulgado pelo Financial Times.
A falha foi inicialmente ignorada por dois funcionários do banco, um deles responsável pela realização do pagamento e o outro encarregado de verificar os dados antes da transação ser processada. O erro só foi detectado por um terceiro colaborador, que sinalizou a discrepância cerca de uma hora e meia após a operação ter sido realizada.
De acordo com a instituição financeira, a transação errônea foi revertida algumas horas depois de ser identificada. O banco garantiu que nenhum fundo saiu de suas contas, caracterizando o episódio como um “quase acidente”, uma situação em que um valor incorreto é processado, mas que pode ser recuperado.
Em uma declaração enviada à imprensa, o Citigroup afirmou que seus “controles de detecção” rapidamente identificaram o erro de entrada entre duas contas contábeis e que a reversão do lançamento foi feita sem impacto para o banco ou para o cliente envolvido.
O relatório do Financial Times também mencionou que, no ano passado, o Citigroup registrou um total de 10 incidentes semelhantes, onde valores superiores a US$ 1 bilhão foram processados incorretamente, embora a quantidade tenha diminuído em relação aos 13 casos do ano anterior.


Esse tipo de erro, embora raro, levanta preocupações sobre a eficácia dos controles internos do banco. Em 2020, o Citigroup já havia enfrentado um episódio em que enviou acidentalmente US$ 900 milhões a credores da empresa de cosméticos Revlon, levando dois anos para recuperar a maior parte do valor.
Recentemente, o CFO do Citigroup, Mark Mason, declarou que o banco está investindo mais para resolver suas questões de conformidade, especialmente em resposta a penalidades regulatórias relacionadas à gestão de riscos e governança de dados. “Identificamos a necessidade de investir mais na transformação de dados e tecnologia, além de melhorar a qualidade das informações em nossos relatórios regulatórios”, afirmou Mason.
Nos últimos anos, o banco enfrentou multas significativas, incluindo US$ 136 milhões em julho passado por não ter avançado o suficiente em suas questões de conformidade e US$ 400 milhões em 2020 por falhas relacionadas a riscos e dados.
Além disso, o Citigroup foi multado em £61,6 milhões no Reino Unido no ano passado, após um trader ter tentado vender ações no valor de US$ 58 milhões, mas acabou vendendo ações no total de US$ 1,4 bilhão, o que provocou uma queda repentina nos mercados europeus.
O banco, com sede em Nova York, está passando por um processo de reestruturação abrangente, que resultou na eliminação de cerca de 11 mil postos de trabalho desde o outono de 2023, além de uma reorganização de suas cinco principais divisões.
Ao final do ano passado, a instituição também promoveu mais de 8 mil de seus funcionários de melhor desempenho, conforme relatado pelo Financial Times.
Veja também: