
Banco Central Europeu reduz taxa de juros para 2,5% em meio a incertezas econômicas
O BCE cortou sua taxa de juros pela sexta vez consecutiva, buscando estimular a economia em um cenário de crescimento fraco na zona do euro.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou na última quinta-feira a redução de sua taxa de juros de 2,75% para 2,5%, marcando a sexta diminuição consecutiva. A medida visa apoiar a economia da zona do euro, que enfrenta um crescimento lento e incertezas crescentes em relação a questões comerciais e políticas.
A decisão foi tomada durante uma reunião em Frankfurt, onde os membros do BCE discutiram os desafios atuais, incluindo a inflação que, apesar de ter caído, ainda não atinge a meta de 2%. A inflação na região foi de 2,4% no último mês, um leve recuo em relação a 2,5% em janeiro, mas ainda acima das expectativas do mercado.
O BCE tem adotado uma postura de afrouxamento monetário desde junho do ano passado, quando iniciou uma série de cortes nas taxas de juros. A nova redução é vista como uma resposta à fraqueza do crescimento econômico, que foi estimado em apenas 0,9% para 2025, uma revisão para baixo em relação às previsões anteriores.
Além disso, a instituição financeira está atenta ao impacto das tensões comerciais, especialmente em relação aos Estados Unidos, que impuseram tarifas sobre diversos produtos, afetando o comércio internacional. O BCE também mencionou que a instabilidade política e as incertezas associadas à guerra na Ucrânia podem influenciar suas futuras decisões.


Eric Dor, diretor de estudos econômicos da Ieseg School of Management, comentou que o aumento das taxas de juros na Alemanha poderia pressionar o BCE a considerar novas reduções. “A situação atual obriga o BCE a equilibrar a luta contra a inflação com a necessidade de estimular o crescimento”, disse.
Os planos do novo governo alemão de aumentar os gastos em defesa e infraestrutura, que incluem um fundo de 500 bilhões de euros, também foram discutidos. Essas medidas têm o potencial de impulsionar a economia, mas também levantam preocupações sobre o aumento da dívida pública.
O BCE, em seu comunicado, afirmou que a política monetária está se tornando “significativamente menos restritiva” e que a trajetória da inflação está sendo monitorada de perto. A expectativa é que a inflação se estabilize em torno de 2% ao longo do ano, o que poderia permitir mais cortes nas taxas no futuro.
Com a continuidade das incertezas econômicas e políticas, o BCE se vê em uma posição delicada, onde deve agir com cautela. A próxima reunião está prevista para abril, onde novas decisões sobre a política monetária serão discutidas.
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