
Taxa média de juros bancários atinge 42,3% ao ano em janeiro, maior em 16 meses
O aumento dos juros ocorre em meio à alta da Selic, que chegou a 13,25% ao ano
A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e jurídicas subiu 1,6 ponto percentual em janeiro de 2025, alcançando 42,3% ao ano. Este é o maior patamar registrado desde setembro de 2023, quando a taxa estava em 42,5% ao ano, conforme divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira (13).
Os juros foram calculados com base em recursos livres, ou seja, não incluem os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O aumento da taxa bancária ocorre em um contexto de alta da taxa Selic, que atingiu 13,25% ao ano, tornando-se a maior taxa de juro real do mundo.
De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros nas operações com empresas subiu de 21,7% ao ano, em dezembro de 2024, para 24,2% ao ano em janeiro. Este é o maior nível desde janeiro de 2023, quando a taxa era de 24,9% ao ano.
Nas operações com pessoas físicas, os juros também avançaram, passando de 53,1% ao ano em dezembro de 2024 para 53,9% ao ano em janeiro, o maior valor desde novembro de 2023, que foi de 54,8% ao ano.


Em relação ao cheque especial, a taxa subiu de 134,8% ao ano, em dezembro de 2024, para 135,1% ao ano em janeiro, um aumento de 0,3 ponto percentual. Já a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo apresentou uma leve queda, passando de 451,8% ao ano para 445,6% ao ano. Apesar da redução, essa taxa permanece em um patamar considerado exorbitante.
O Banco Central ressalta que, mesmo com a queda nos juros do cartão de crédito rotativo, a linha de crédito continua sendo a mais cara do mercado financeiro, ultrapassando os 400% ao ano. O órgão também informou que, a partir de janeiro, o valor da dívida não pode exceder 100% do valor original, o que significa que, se a dívida for de R$ 100, o total a ser pago não poderá ultrapassar R$ 200, excluindo o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).
O volume total de crédito bancário no mercado permaneceu estável em janeiro, totalizando R$ 6,46 trilhões. Esse resultado é atribuído ao crescimento de 1,2% na carteira de crédito às pessoas físicas, que somou R$ 4 trilhões, enquanto o saldo das pessoas jurídicas caiu 1,8%, situando-se em R$ 2,5 trilhões.
O crédito livre às famílias aumentou 1,4% em janeiro e 12,7% em doze meses, destacando-se em categorias como crédito pessoal não consignado (2,6%), financiamento para aquisição de veículos (2%), crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (2,3%) e cartão de crédito rotativo (6,7%).
Por outro lado, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito subiu para 3,2% em janeiro, em comparação a 2,9% em dezembro do ano anterior. Este é o maior nível desde maio de 2024, quando a inadimplência estava em 3,3%. Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência subiu de 3,5% em dezembro de 2024 para 3,8% em janeiro, o maior valor desde outubro de 2023, que foi de 3,9%. Já a inadimplência das empresas aumentou de 2% no fechamento de 2024 para 2,2% em janeiro de 2025, o maior nível desde novembro do ano passado, quando estava em 2,3%.
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