A polícia belga realiza operações em várias residências e na sede da Huawei em Bruxelas, com detenções relacionadas ao caso.
13 de Março de 2025 às 11h41

Investigação de corrupção no Parlamento Europeu envolve buscas na Bélgica e em Portugal

A polícia belga realiza operações em várias residências e na sede da Huawei em Bruxelas, com detenções relacionadas ao caso.

A polícia belga executou uma série de buscas nesta quinta-feira (13) em diversas localidades da Bélgica e em Portugal, como parte de uma investigação sobre corrupção no Parlamento Europeu. A ação, que envolveu mais de 100 policiais, resultou na detenção de várias pessoas para interrogatórios sobre suposta participação em práticas corruptas.

Segundo informações da Procuradoria Federal da Bélgica, as investigações focam em atividades de lobby realizadas por representantes da Huawei, gigante chinesa de telecomunicações, desde 2021. A empresa é acusada de ter utilizado métodos ilícitos para influenciar decisões políticas na União Europeia, incluindo o pagamento de subornos a deputados europeus.

As buscas ocorreram em 21 residências, abrangendo as regiões de Bruxelas, Flandres e Valônia, além de algumas localidades em Portugal. Os agentes de segurança estavam à procura de provas que pudessem corroborar as alegações de suborno, falsificação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Um dos principais alvos da investigação é Valerio Ottati, um lobista de 41 anos que trabalha para a Huawei e que anteriormente atuou como assistente parlamentar. Ele é suspeito de estar diretamente envolvido nas práticas de corrupção que estão sendo apuradas.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

De acordo com a imprensa belga, a investigação já identificou cerca de 15 deputados, tanto atuais quanto ex-membros do Parlamento Europeu, que podem estar envolvidos no esquema. Entretanto, uma fonte policial confirmou que nenhum eurodeputado foi detido durante as operações realizadas na manhã de hoje.

A Procuradoria Federal destacou que a corrupção teria sido praticada de forma regular e discreta, disfarçada sob a aparência de atividades de lobby comercial. Os atos ilícitos incluíam remunerações por posturas políticas e presentes excessivos, como convites para eventos esportivos.

Além de documentos e dispositivos eletrônicos, a polícia apreendeu vários itens que serão analisados em busca de mais evidências. Esta é a segunda vez em menos de três anos que o Parlamento Europeu se vê envolvido em um escândalo de corrupção, após o caso conhecido como “Qatargate”, que investigou alegações de suborno envolvendo países como Catar e Marrocos.

O Parlamento Europeu, em resposta à nova investigação, afirmou que está disposto a “cooperar plenamente” com as autoridades judiciais. A instituição também reiterou que não houve buscas em suas instalações e que não recebeu quaisquer pedidos para levantamento de imunidade de seus membros até o momento.

As implicações deste novo escândalo podem ser severas para a reputação da instituição, que já havia implementado regras mais rígidas de ética e transparência após o escândalo anterior. As autoridades belgas continuam a investigar as práticas de lobby e a possível existência de uma rede de corrupção que possa afetar a integridade do Parlamento Europeu.

Veja também:

Tópicos: