A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro negocia com os EUA para reconhecer o Comando Vermelho como organização criminosa internacional.
24 de Fevereiro de 2025 às 22h03

Governo do Rio busca apoio dos EUA para classificar Comando Vermelho como facção transnacional

A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro negocia com os EUA para reconhecer o Comando Vermelho como organização criminosa internacional.

A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro (SSP-RJ) está em tratativas com o governo dos Estados Unidos para que o Comando Vermelho (CV) seja oficialmente classificado como uma organização criminosa transnacional. Essa medida visa intensificar a cooperação internacional no combate ao tráfico de drogas e armas, que têm origem em grande parte nos EUA.

O governo fluminense revelou que as negociações começaram em junho de 2024, em resposta a indícios de que o Comando Vermelho tem recrutado criminosos dentro dos Estados Unidos. Além disso, há informações de que a facção está se aliando a cartéis da América do Sul para facilitar o tráfico de drogas para o território americano.

O reconhecimento do CV como uma organização criminosa transnacional permitirá que agências norte-americanas, como a Drug Enforcement Administration (DEA) e o Serviço de Segurança Diplomática (DSS), atuem no combate à facção. O DSS, subordinado ao Departamento de Estado dos EUA, é responsável por combater crimes fora das fronteiras americanas.

Durante as reuniões, o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, enfatizou a preocupação com o fluxo de armas que abastecem as organizações criminosas no estado. “Nosso interesse é combater o fluxo de armas que abastecem as organizações criminosas no Rio. A maioria dos fuzis apreendidos vem dos EUA”, afirmou Santos.

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Dados da SSP-RJ indicam que, em 2024, foram apreendidos 740 fuzis no estado, com uma média de dois por dia. Em 2025, a Polícia Militar já retirou 116 fuzis das ruas, a maioria dos quais estava em poder do Comando Vermelho. Essa realidade reforça a necessidade de ações conjuntas entre Brasil e EUA para conter o crime organizado.

Além do combate ao tráfico de armas, a proposta de cooperação também inclui ações contra a lavagem de dinheiro e o tráfico de drogas. A SSP-RJ elaborou uma minuta de acordo que prevê a troca de informações e a realização de operações conjuntas entre as autoridades dos dois países.

A cooperação, se formalizada, terá validade de quatro anos, com revisões anuais. O governo do Rio acredita que essa parceria poderá trazer resultados mais eficazes no combate ao crime organizado, especialmente em um cenário onde o Comando Vermelho se destaca como a maior facção criminosa do estado e a segunda do Brasil, atrás apenas do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O governo fluminense tem se dedicado de forma estratégica ao combate ao crime organizado, com a missão de asfixiar o sistema financeiro das facções criminosas atuantes no estado. Para isso, a SSP-RJ tem intensificado suas operações e aprimorado o setor de Inteligência, buscando resultados mais efetivos.

Até o momento, as negociações ainda estão em andamento e não há um acordo concreto. A SSP-RJ aguarda uma resposta do governo dos Estados Unidos sobre a proposta de cooperação, que poderá impactar diretamente as operações do Comando Vermelho e suas atividades criminosas no Brasil e no exterior.

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