Apagão, considerado o pior em 15 anos, afetou 95% da população e gerou toque de recolher
26 de Fevereiro de 2025 às 07h42

Chile restabelece energia em 90% das residências após apagão histórico

Apagão, considerado o pior em 15 anos, afetou 95% da população e gerou toque de recolher

O Chile conseguiu restaurar a eletricidade em 90% de suas residências na manhã desta quarta-feira, 26 de fevereiro, após um apagão que afetou a maior parte do país, incluindo a capital, Santiago. Este incidente é considerado o mais grave dos últimos 15 anos, deixando cerca de 20 milhões de cidadãos sem energia elétrica.

Às 00h00, horário local, a Coordenadoria Nacional de Energia Elétrica anunciou que 90% do consumo residencial havia sido restabelecido. A interrupção de energia, que começou na tarde do dia anterior, mergulhou o país em um estado de caos e incerteza.

O apagão atingiu 95% da população chilena, levando o governo a declarar um toque de recolher das 22h às 6h, abrangendo desde a região de Arica e Parinacota, no norte, até a região de Los Lagos, no sul.

Em um pronunciamento à nação, o presidente Gabriel Boric informou que um estado de emergência foi ativado devido à catástrofe, visando garantir a segurança dos cidadãos. O presidente responsabilizou as empresas privadas de energia pela crise e anunciou que haveria sanções.

O apagão causou a evacuação de estações de metrô e interrompeu os serviços de transporte público em Santiago, onde milhares de pessoas precisaram caminhar por horas sob altas temperaturas para retornar para casa. Jonathan Macalupú, um jovem de 25 anos, relatou: “As lojas estavam fechando quando eu voltava de bicicleta do meu escritório, especialmente os restaurantes.”

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O caos se espalhou pela cidade, com a circulação severamente afetada após a evacuação do metrô, que transporta cerca de 2,3 milhões de usuários diariamente. A falta de energia também provocou o fechamento de comércios e bancos, enquanto os semáforos apagados contribuíram para a confusão no trânsito.

Além disso, o Festival Internacional de Viña del Mar teve que cancelar suas apresentações programadas, que incluíam artistas renomados como Morat e Sebastián Yatra. A organização do evento informou que os shows seriam reagendados para o dia 1º de março de 2025.

O apagão foi causado por uma falha em uma linha de transmissão de 500 mil volts, que, segundo o Sistema Elétrico Nacional (SEN), resultou em um corte massivo no fornecimento de energia. A linha afetada era responsável por cerca de um quarto da demanda de energia da região central e sul do país.

O governo chileno descartou a possibilidade de um ataque à rede elétrica, com a ministra do Interior, Carolina Tohá, afirmando que “não há nenhuma razão para supor que isso tenha sido um ataque. Trata-se de uma falha no funcionamento do sistema”.

Hospitais e prisões conseguiram manter suas operações utilizando geradores de emergência, enquanto as investigações sobre as causas do apagão continuam. O presidente Boric enfatizou a indignação com a situação, afirmando: “Não é aceitável que a vida cotidiana de milhões de chilenos seja tão afetada por empresas que não fazem bem seu trabalho”.

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