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Ucrânia e Estados Unidos firmam acordo sobre exploração de minerais estratégicos
Kiev e Washington chegaram a um entendimento que pode ser assinado na sexta-feira por Zelensky.
A Ucrânia e os Estados Unidos chegaram a um acordo sobre a exploração de minerais estratégicos, incluindo petróleo e gás, após intensas negociações entre os líderes dos dois países. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deve assinar o tratado durante sua visita a Washington na próxima sexta-feira, conforme anunciou Donald Trump, presidente americano, em coletiva na Casa Branca.
Trump afirmou que o acordo é uma "grande oportunidade" para ambos os países, destacando que as condições iniciais, que exigiam uma compensação de 500 bilhões de dólares em troca de ajuda militar, foram revistas. "Os americanos retiraram todas as cláusulas desfavoráveis, especialmente aquelas que não eram convenientes para nós", declarou um alto funcionário ucraniano à imprensa.
O novo entendimento prevê a criação de um fundo conjunto onde a Ucrânia contribuirá com 50% das receitas provenientes da monetização de seus recursos minerais. Os lucros desse fundo serão reinvestidos em projetos de infraestrutura e desenvolvimento no país. No entanto, o acordo exclui as operações já existentes de empresas estatais, como a Naftogaz e a Ukrnafta, que são as maiores produtoras de petróleo e gás da Ucrânia.
O acordo foi considerado essencial para fortalecer as relações entre Kiev e Washington, especialmente em um momento em que a Ucrânia enfrenta desafios significativos devido à guerra em curso com a Rússia. Zelensky, que assumiu a presidência em 2019, tem buscado apoio internacional para garantir a segurança e a estabilidade do país.
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Além disso, o tratado é visto como uma resposta à pressão exercida por Trump sobre a Ucrânia para que este fornecesse acesso a suas riquezas minerais, como forma de compensar os bilhões de dólares em ajuda militar fornecidos por administrações anteriores.
O acordo também ocorre em um contexto de crescente tensão entre a Ucrânia e a Rússia, que continua a realizar ataques em território ucraniano. O Kremlin, que controla cerca de 20% do território da Ucrânia, exige que o país renuncie à sua adesão à OTAN e ceda cinco regiões ocupadas, o que complica ainda mais as negociações de paz.
Os líderes da União Europeia se reúnem em videoconferência para discutir a situação na Ucrânia e a possível assinatura do acordo, enquanto os aliados de Kiev esperam um desfecho positivo após mais de três anos de conflito.
Trump, em suas declarações, ressaltou que a Ucrânia receberá não apenas apoio financeiro, mas também equipamentos militares, enfatizando a importância da colaboração entre os dois países. "A Ucrânia é corajosa e tem bons soldados, mas sem os Estados Unidos, essa guerra teria terminado rapidamente", afirmou.
O novo acordo, que deve ser assinado na sexta-feira, é visto como um passo crucial para a Ucrânia, que busca garantir sua soberania e fortalecer suas relações com os aliados ocidentais. A expectativa é que a assinatura do tratado traga novas oportunidades de desenvolvimento econômico e segurança para o país.
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