
Aluna de direito desvia R$ 77 mil da formatura e gasta em apostas online
Estudantes de Chapecó denunciam colega que usou dinheiro da festa em jogos; polícia investiga o caso.
Um grupo de formandos do curso de Direito da Unidade Central de Educação Faem (UCEFF), localizada em Chapecó, Santa Catarina, está em meio a uma grave situação após uma colega de turma supostamente desviar R$ 77 mil destinados à festa de formatura. O caso, que está sendo investigado pela Polícia Civil, envolve a utilização do dinheiro em apostas online, especialmente no popular 'Jogo do Tigrinho'.
A denúncia partiu de 15 alunos que se sentiram lesados ao descobrir que a presidente da comissão de formatura, responsável pela administração dos recursos, havia utilizado a quantia em jogos de azar. A festa, que estava programada para o dia 22 de fevereiro, não poderá ser realizada devido à perda total do valor arrecadado.
Os formandos, que haviam contribuído com um total de R$ 76 mil, incluindo um depósito inicial de R$ 2 mil para a empresa responsável pela organização do evento, ficaram chocados ao receber a notícia. Segundo informações, a presidente da comissão havia aberto uma conta bancária em seu nome para gerenciar os fundos, já que a empresa não emitia boletos para os pagamentos.
Em uma mensagem enviada ao grupo, a aluna admitiu ter perdido todo o dinheiro em apostas online, afirmando: “Eu perdi todo o dinheiro da formatura. Me viciei em apostas online, Tigrinho e afins, e quando perdi todo o dinheiro que eu tinha guardado, comecei a usar o da formatura para tentar recuperar. E aí, cada vez mais fui me afundando no jogo”.
A descoberta do desvio ocorreu em 27 de janeiro de 2025, quando a aluna comunicou aos colegas sobre a situação. Desde então, ela não tem respondido às mensagens e, segundo relatos, teria deixado a cidade sem dar explicações.


Uma das formandas, Nicoli Bertoncelli Bison, expressou a indignação do grupo: “Ninguém suspeitava da colega. Foram três anos pagando os boletos, sonhando com esse dia, e, de repente, tudo foi roubado de nós”.
Apesar da frustração, os alunos estão buscando alternativas para realizar a formatura em maio deste ano. Eles estão organizando eventos e ações para arrecadar fundos novamente, com o intuito de viabilizar a celebração que tanto aguardavam.
A UCEFF, em nota, informou que não tem participação direta nas organizações das cerimônias festivas de formatura, exceto nas cerimônias institucionais. A instituição afirmou que tomou conhecimento do caso por meio dos estudantes e ofereceu apoio jurídico e administrativo.
A Polícia Civil está investigando o caso sob duas possíveis acusações: apropriação indébita ou estelionato. O delegado Rodrigo Moura, responsável pela investigação, afirmou que já foram feitas representações ao Judiciário para tentar rastrear e, se possível, recuperar o montante desviado.
Os alunos, que se uniram em busca de justiça, esperam que a situação seja resolvida e que a responsável pelo desvio enfrente as consequências de suas ações. O caso levanta questões sobre a confiança e a responsabilidade na gestão de recursos coletivos.
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