
Morre aos 113 anos a mais velha sobrevivente do Holocausto, Rose Girone
Nascida em 1912, Rose Girone sobreviveu à perseguição nazista e à ocupação japonesa na China, antes de emigrar para os EUA.
Rose Girone, reconhecida como a mais velha sobrevivente do Holocausto, faleceu aos 113 anos em uma casa de repouso em Long Island, Nova York. A informação foi confirmada na última quinta-feira (27) pela sua filha, Reha Bennicasa, e pela Claims Conference, uma organização dedicada a buscar indenizações para vítimas do nazismo.
A morte de Girone ocorreu na segunda-feira (24), mas o anúncio oficial só foi feito posteriormente. Reha descreveu sua mãe como uma mulher forte e resiliente, que sempre buscou tirar o melhor proveito de situações adversas. “Ela era muito equilibrada e sensata. Não havia nada que eu não pudesse levar a ela para me ajudar a resolver desde a infância”, afirmou.
A embaixada de Israel em Berlim também prestou homenagem à sobrevivente, destacando que “sua vida foi um testemunho de sobrevivência e força”.
Rose Girone nasceu em 13 de janeiro de 1912, na cidade de Janow, que na época fazia parte do Império Russo e hoje está localizada na Polônia. Em sua infância, a família emigrou para a Alemanha, onde se estabeleceu em Hamburgo.


Em 1937, Rose casou-se com Julius Mannheim, um judeu alemão. Pouco antes da Segunda Guerra Mundial, seu marido foi preso e enviado ao campo de concentração de Buchenwald, enquanto ela estava grávida de quase nove meses. O nome de sua filha, Reha, foi escolhido a partir de uma lista de nomes autorizados pelos nazistas.
Após a libertação de seu marido, a família conseguiu fugir da Alemanha, inicialmente para a China, onde se estabeleceram em Xangai. No entanto, a cidade logo foi ocupada pelas tropas japonesas, que impuseram severas restrições aos judeus, incluindo a criação de um gueto.
Com o fim da guerra e a derrota das forças do Eixo, Rose e sua família conseguiram emigrar para os Estados Unidos, onde se estabeleceram em Nova York. Posteriormente, ela se divorciou de Julius e casou-se com Jack Girone, adotando seu sobrenome.
Rose sempre compartilhou suas experiências, enfatizando a importância de encontrar algo positivo em meio às adversidades. “Nada é tão mau que não se possa extrair algo de bom”, disse em uma de suas entrevistas.
Atualmente, a Claims Conference estima que existam cerca de 245 mil sobreviventes do Holocausto em todo o mundo, com aproximadamente 14 mil vivendo em Nova York. Após a morte de Rose Girone, acredita-se que Mirjam Bolle, uma israelense nascida na Holanda, seja agora a sobrevivente mais velha do Holocausto, completando 108 anos em 20 de março.
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