Análise revela composição química da cocaína rosa, um entorpecente sintético que apresenta riscos à saúde. Entenda os perigos.
28 de Fevereiro de 2025 às 18h05

Polícia Científica do Paraná identifica cocaína rosa após apreensão em Cascavel

Análise revela composição química da cocaína rosa, um entorpecente sintético que apresenta riscos à saúde. Entenda os perigos.

A Polícia Científica do Paraná (PCP) concluiu a análise de uma substância apreendida em Cascavel, no oeste do estado, que se revelou ser uma nova forma de entorpecente conhecida como cocaína rosa. A apreensão ocorreu no início de fevereiro, durante uma operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR), onde foram encontrados 77 pinos da droga, levantando suspeitas sobre sua composição e os riscos associados ao seu uso.

De acordo com a análise realizada pela Seção de Química Forense, a cocaína rosa não contém cocaína em sua composição, sendo um produto 100% sintético. A substância apreendida foi identificada como contendo MDA (3,4-metilenodioxi-anfetamina) e metanfetamina, ambas da classe das fenetilaminas, que são conhecidas por seus efeitos estimulantes no sistema nervoso central.

A perita criminal Isabella Ferreira Melo explicou que “os pinos analisados continham um pó de coloração rosa, onde foram identificadas duas substâncias químicas: o MDA e a metanfetamina. Esses componentes são mais comumente encontrados em comprimidos de ecstasy, mas estavam misturados nesta apreensão”.

O delegado Marcos Fontes, que participou da operação, destacou que a cocaína rosa é uma droga que pode conter diversas substâncias misturadas, tornando seus efeitos imprevisíveis e potencialmente perigosos. “Utilizar cocaína rosa é como jogar roleta russa, pois os efeitos no organismo são incertos”, alertou.

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Além do MDA e da metanfetamina, a cocaína rosa pode conter outras substâncias como MDMA, cetamina e 2C-B, que possuem efeitos tanto estimulantes quanto alucinógenos. A cor rosa da droga é atribuída à adição de corantes alimentícios, que tornam o produto visualmente atraente, especialmente para o público jovem, e muitas vezes são complementados por sabores frutados, como morango.

Embora a cocaína rosa seja conhecida desde os anos 1970, sua popularidade tem crescido recentemente, especialmente em países da Europa e na América Latina. No Brasil, sua presença ainda é considerada rara, devido ao custo elevado dos componentes sintéticos utilizados em sua fabricação.

A apreensão em Cascavel é a primeira grande operação contra a cocaína rosa no Paraná, e ocorreu em um contexto de combate ao tráfico de drogas, que também resultou na prisão de quatro indivíduos envolvidos em um homicídio e no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão.

A Polícia Científica do Paraná tem investido em equipamentos modernos para a análise de substâncias, incluindo um espectrômetro portátil de fluorescência de raios X e novos cromatógrafos gasosos acoplados à espectrometria de massas. Ciro Pimenta, diretor operacional da PCP, ressaltou que esses investimentos são fundamentais para garantir uma resposta mais precisa e rápida em investigações relacionadas ao tráfico de drogas.

Com a modernização dos laboratórios, a PCP busca aumentar a assertividade do sistema de justiça nas análises de substâncias, contribuindo para um combate mais eficaz ao tráfico de drogas no estado.

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