
Polícia Científica do Paraná identifica cocaína rosa após apreensão em Cascavel
Análise revela composição química da cocaína rosa, um entorpecente sintético que apresenta riscos à saúde. Entenda os perigos.
A Polícia Científica do Paraná (PCP) concluiu a análise de uma substância apreendida em Cascavel, no oeste do estado, que se revelou ser uma nova forma de entorpecente conhecida como cocaína rosa. A apreensão ocorreu no início de fevereiro, durante uma operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR), onde foram encontrados 77 pinos da droga, levantando suspeitas sobre sua composição e os riscos associados ao seu uso.
De acordo com a análise realizada pela Seção de Química Forense, a cocaína rosa não contém cocaína em sua composição, sendo um produto 100% sintético. A substância apreendida foi identificada como contendo MDA (3,4-metilenodioxi-anfetamina) e metanfetamina, ambas da classe das fenetilaminas, que são conhecidas por seus efeitos estimulantes no sistema nervoso central.
A perita criminal Isabella Ferreira Melo explicou que “os pinos analisados continham um pó de coloração rosa, onde foram identificadas duas substâncias químicas: o MDA e a metanfetamina. Esses componentes são mais comumente encontrados em comprimidos de ecstasy, mas estavam misturados nesta apreensão”.
O delegado Marcos Fontes, que participou da operação, destacou que a cocaína rosa é uma droga que pode conter diversas substâncias misturadas, tornando seus efeitos imprevisíveis e potencialmente perigosos. “Utilizar cocaína rosa é como jogar roleta russa, pois os efeitos no organismo são incertos”, alertou.


Além do MDA e da metanfetamina, a cocaína rosa pode conter outras substâncias como MDMA, cetamina e 2C-B, que possuem efeitos tanto estimulantes quanto alucinógenos. A cor rosa da droga é atribuída à adição de corantes alimentícios, que tornam o produto visualmente atraente, especialmente para o público jovem, e muitas vezes são complementados por sabores frutados, como morango.
Embora a cocaína rosa seja conhecida desde os anos 1970, sua popularidade tem crescido recentemente, especialmente em países da Europa e na América Latina. No Brasil, sua presença ainda é considerada rara, devido ao custo elevado dos componentes sintéticos utilizados em sua fabricação.
A apreensão em Cascavel é a primeira grande operação contra a cocaína rosa no Paraná, e ocorreu em um contexto de combate ao tráfico de drogas, que também resultou na prisão de quatro indivíduos envolvidos em um homicídio e no cumprimento de seis mandados de busca e apreensão.
A Polícia Científica do Paraná tem investido em equipamentos modernos para a análise de substâncias, incluindo um espectrômetro portátil de fluorescência de raios X e novos cromatógrafos gasosos acoplados à espectrometria de massas. Ciro Pimenta, diretor operacional da PCP, ressaltou que esses investimentos são fundamentais para garantir uma resposta mais precisa e rápida em investigações relacionadas ao tráfico de drogas.
Com a modernização dos laboratórios, a PCP busca aumentar a assertividade do sistema de justiça nas análises de substâncias, contribuindo para um combate mais eficaz ao tráfico de drogas no estado.
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