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Davi Alcolumbre descarta anistia e critica pautas ideológicas no Senado
Novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirma que anistia não pacificará o Brasil e rejeita pautas extremas.
O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de 47 anos, declarou neste sábado (1º de fevereiro de 2025) que a proposta de anistia aos condenados pelos atos extremistas do 8 de janeiro não irá pacificar o Brasil. Em entrevista à GloboNews, Alcolumbre enfatizou que a agenda prioritária deve ser a pacificação do país, afirmando que "esse assunto não vai pacificar o Brasil".
Alcolumbre, que foi eleito com 73 dos 81 votos, também criticou a possibilidade de pautas ideológicas contaminarem o debate no Parlamento. Ele afirmou: "Se nós continuarmos trazendo à tona assuntos que trazem a discórdia em vez da concórdia, nós vamos passar nos corredores do Senado Federal e ver senadores de diferentes partidos agredindo uns aos outros".
Em sua primeira fala após a eleição, o senador destacou que não se deve permitir que temas de natureza político-eleitoral dominem as discussões no Senado. "Eu espero ser presidente altivo, equilibrado, mas ao mesmo tempo ter a coragem de apontar quando pautas não são prioridade do Brasil nem do Parlamento", disse ele.
Alcolumbre, que já havia sido presidente do Senado entre 2019 e 2021, ressaltou a importância de fortalecer o Legislativo, afirmando que não abrirá mão das prerrogativas de seu mandato. "Eu vou respeitar todas as outras, desde que as prerrogativas dos outros Poderes não estejam interferindo nas minhas", afirmou.
Após sua eleição, Alcolumbre conversou por telefone com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e negou que a questão da anistia tenha sido discutida. Ele também descartou qualquer imposição de agenda por parte de Bolsonaro ou do Partido Liberal em relação ao seu apoio na eleição.
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O novo presidente do Senado se definiu como um político de centro e expressou o desejo de ser uma voz que proponha consenso. "Eu quero ser uma voz que possa propor o consenso", declarou.
Alcolumbre também abordou a necessidade de evitar crises institucionais, afirmando que "quando um poder acha que é maior que outro poder, a gente cria crise institucional". Ele se comprometeu a ser um elo de ligação entre os Poderes, visando a estabilidade das relações entre Legislativo, Executivo e Judiciário.
O senador, que substitui Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no comando do Senado, é visto como uma figura central na política brasileira, especialmente em um momento em que as tensões entre diferentes grupos políticos são evidentes. A rejeição à anistia e a crítica a pautas extremas refletem uma tentativa de Alcolumbre de estabelecer um novo tom para a sua gestão, buscando um ambiente mais colaborativo no Senado.
O novo presidente do Senado, ao se posicionar contra a anistia, também evidencia um contraste com o passado, quando o bolsonarismo atacou sua figura, mostrando uma hipocrisia nas relações políticas. A postura de Alcolumbre poderá influenciar a dinâmica das discussões no Congresso nos próximos meses.
Alcolumbre, que já enfrentou críticas e ataques durante sua trajetória política, agora busca um caminho que priorize a estabilidade e o diálogo no Senado, em um momento em que o país enfrenta desafios significativos.
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