O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, parte para reunião com Donald Trump, visando redefinir relações entre os países.
02 de Fevereiro de 2025 às 16h16

Netanyahu embarca para Washington em busca de fortalecer laços com Trump

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, parte para reunião com Donald Trump, visando redefinir relações entre os países.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deixou seu país neste domingo (2) com destino a Washington, onde se reunirá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O encontro, agendado para esta semana, ocorre em um momento crítico, com a expectativa de redefinir as relações entre os dois países após tensões recentes relacionadas à guerra em Gaza.

Antes de embarcar, Netanyahu enfatizou a importância da cooperação com os EUA, afirmando que isso pode ter um impacto significativo na dinâmica do Oriente Médio. “Nossos encontros em Washington abordarão questões críticas para Israel e para a região, como a vitória sobre o Hamas, a liberação de nossos reféns e o enfrentamento ao eixo do terror iraniano”, declarou o primeiro-ministro.

O líder israelense destacou que ser o primeiro chefe de governo estrangeiro a se reunir com Trump na Casa Branca desde sua posse é um sinal da força da aliança entre Israel e os EUA. “Isso também demonstra a força da nossa amizade pessoal”, afirmou Netanyahu, ressaltando a importância do encontro.

Netanyahu também abordou a possibilidade de expandir as relações diplomáticas com a Arábia Saudita. De acordo com informações da rede Kan, o governo israelense está considerando a formação de uma equipe de negociação para discutir a normalização das relações com o reino saudita, um passo que se alinha à visão de Trump para uma “Era de Ouro da Paz no Oriente Médio”.

Durante o governo Trump, foram estabelecidos os Acordos de Abraão, que resultaram na normalização das relações de Israel com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos. No entanto, a Arábia Saudita não aderiu a esse acordo e nunca reconheceu oficialmente Israel.

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A guerra em Gaza e as exigências sauditas para a criação de um Estado palestino levaram à paralisação das negociações. Contudo, Trump recentemente expressou esperança de usar o cessar-fogo em Gaza como um trampolim para expandir os Acordos de Abraão e incluir a Arábia Saudita nas discussões.

A visita de Netanyahu ocorre em um momento decisivo para as negociações de cessar-fogo em Gaza, mediadas pelos EUA, Egito e Catar. O cessar-fogo atual resultou na liberação de 13 reféns israelenses e cinco tailandeses, mas as próximas etapas do acordo ainda estão em discussão.

Nos bastidores, Netanyahu enfrenta pressão de partidos de extrema-direita em sua coalizão, que exigem a retomada dos combates após a primeira fase do cessar-fogo. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, defendeu a intensificação do controle israelense sobre a Cisjordânia, afirmando que a destruição do Hamas é essencial para a segurança nacional.

A pressão política interna pode influenciar a postura de Netanyahu durante as reuniões em Washington. A continuidade do cessar-fogo e as negociações para a liberação dos reféns dependerão dos resultados do encontro com Trump e do equilíbrio de forças dentro do governo israelense.

Na comitiva de Netanyahu, estão o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o coordenador do governo para assuntos de reféns, Gal Hirsch. O cardiologista Dr. Eyal Heller, do Centro Médico Sheba, também acompanha o primeiro-ministro, sugerindo um monitoramento especial de sua saúde, uma vez que Netanyahu foi submetido a uma cirurgia de próstata em dezembro e utiliza um marcapasso desde 2023.

Antes de se encontrar com Trump, Netanyahu terá uma reunião com Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, para discutir a segunda fase do acordo de liberação de reféns. A postura de Netanyahu nos próximos dias será crucial para o futuro das negociações e a dinâmica no Oriente Médio.

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