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Netanyahu embarca para Washington em busca de fortalecer laços com Trump
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, parte para reunião com Donald Trump, visando redefinir relações entre os países.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deixou seu país neste domingo (2) com destino a Washington, onde se reunirá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O encontro, agendado para esta semana, ocorre em um momento crítico, com a expectativa de redefinir as relações entre os dois países após tensões recentes relacionadas à guerra em Gaza.
Antes de embarcar, Netanyahu enfatizou a importância da cooperação com os EUA, afirmando que isso pode ter um impacto significativo na dinâmica do Oriente Médio. “Nossos encontros em Washington abordarão questões críticas para Israel e para a região, como a vitória sobre o Hamas, a liberação de nossos reféns e o enfrentamento ao eixo do terror iraniano”, declarou o primeiro-ministro.
O líder israelense destacou que ser o primeiro chefe de governo estrangeiro a se reunir com Trump na Casa Branca desde sua posse é um sinal da força da aliança entre Israel e os EUA. “Isso também demonstra a força da nossa amizade pessoal”, afirmou Netanyahu, ressaltando a importância do encontro.
Netanyahu também abordou a possibilidade de expandir as relações diplomáticas com a Arábia Saudita. De acordo com informações da rede Kan, o governo israelense está considerando a formação de uma equipe de negociação para discutir a normalização das relações com o reino saudita, um passo que se alinha à visão de Trump para uma “Era de Ouro da Paz no Oriente Médio”.
Durante o governo Trump, foram estabelecidos os Acordos de Abraão, que resultaram na normalização das relações de Israel com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos. No entanto, a Arábia Saudita não aderiu a esse acordo e nunca reconheceu oficialmente Israel.
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A guerra em Gaza e as exigências sauditas para a criação de um Estado palestino levaram à paralisação das negociações. Contudo, Trump recentemente expressou esperança de usar o cessar-fogo em Gaza como um trampolim para expandir os Acordos de Abraão e incluir a Arábia Saudita nas discussões.
A visita de Netanyahu ocorre em um momento decisivo para as negociações de cessar-fogo em Gaza, mediadas pelos EUA, Egito e Catar. O cessar-fogo atual resultou na liberação de 13 reféns israelenses e cinco tailandeses, mas as próximas etapas do acordo ainda estão em discussão.
Nos bastidores, Netanyahu enfrenta pressão de partidos de extrema-direita em sua coalizão, que exigem a retomada dos combates após a primeira fase do cessar-fogo. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, defendeu a intensificação do controle israelense sobre a Cisjordânia, afirmando que a destruição do Hamas é essencial para a segurança nacional.
A pressão política interna pode influenciar a postura de Netanyahu durante as reuniões em Washington. A continuidade do cessar-fogo e as negociações para a liberação dos reféns dependerão dos resultados do encontro com Trump e do equilíbrio de forças dentro do governo israelense.
Na comitiva de Netanyahu, estão o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o coordenador do governo para assuntos de reféns, Gal Hirsch. O cardiologista Dr. Eyal Heller, do Centro Médico Sheba, também acompanha o primeiro-ministro, sugerindo um monitoramento especial de sua saúde, uma vez que Netanyahu foi submetido a uma cirurgia de próstata em dezembro e utiliza um marcapasso desde 2023.
Antes de se encontrar com Trump, Netanyahu terá uma reunião com Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, para discutir a segunda fase do acordo de liberação de reféns. A postura de Netanyahu nos próximos dias será crucial para o futuro das negociações e a dinâmica no Oriente Médio.
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