Josué Raul Mulino reafirma soberania do Panamá sobre o canal em coletiva após encontro com Marco Rubio.
02 de Fevereiro de 2025 às 21h56

Presidente do Panamá afirma que não vê ameaça ao tratado do canal após reunião com EUA

Josué Raul Mulino reafirma soberania do Panamá sobre o canal em coletiva após encontro com Marco Rubio.

O presidente do Panamá, Josué Raul Mulino, declarou neste domingo (2) que não percebe uma "ameaça real" aos tratados que garantem a soberania do país sobre o Canal do Panamá. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa, após uma reunião com Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos.

Mulino destacou que a reunião foi cordial e que não houve clima de tensão, mesmo diante das recentes advertências dos EUA sobre a necessidade de mudanças na administração do canal. O presidente panamenho afirmou: “Não sinto que haja, neste momento, nenhuma ameaça real contra o tratado, sua vigência e muito menos o uso de força militar para tomar o canal.”

O alerta feito por Rubio, que é um dos principais diplomatas do governo de Donald Trump, indicou que os Estados Unidos poderiam tomar "medidas necessárias" caso o Panamá não implementasse "mudanças imediatas" em sua gestão do canal. O secretário de Estado expressou preocupação com a influência da China na região, que, segundo ele, poderia representar uma violação dos tratados que regulam o funcionamento do canal.

Durante a coletiva, Mulino também mencionou que o Panamá está aberto a discussões técnicas para esclarecer quaisquer dúvidas sobre a suposta presença chinesa no canal. “Abrimos a possibilidade para que nossas equipes técnicas esclareçam o que precisa ser esclarecido”, afirmou.

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O presidente do Panamá reiterou que a soberania sobre o canal, inaugurado em 1914 e sob controle panamenho desde 1999, não está em debate. Ele enfatizou que a hidrovia interoceânica é operada pelo Panamá e continuará assim, desconsiderando quaisquer especulações sobre uma possível retomada do controle por parte dos EUA.

Além das questões relacionadas ao canal, a imigração ilegal também foi um tópico abordado na reunião entre Mulino e Rubio. O presidente panamenho afirmou que a situação atual da imigração no país é calma, mas alertou que pode haver um aumento no fluxo de imigrantes. Ele propôs que o acordo de imigração com os EUA seja ampliado para incluir a repatriação de cidadãos de outros países que estejam no Panamá.

A visita de Marco Rubio ao Panamá faz parte de sua primeira viagem internacional como secretário de Estado, que também inclui paradas em outros países da América Central, como El Salvador e Costa Rica. A viagem visa fortalecer os laços diplomáticos e abordar questões de segurança e imigração na região.

Mulino, que assumiu a presidência em 2020, tem buscado manter uma relação equilibrada com os Estados Unidos, enquanto navega as complexidades da influência chinesa na América Latina. O canal do Panamá é uma rota vital para o comércio global, com aproximadamente 3% do comércio mundial transitando por suas águas.

Com a crescente tensão entre os EUA e a China, a situação no Panamá continua a ser um ponto focal nas discussões sobre segurança regional e soberania. O presidente Mulino, ao reafirmar a posição do Panamá, busca garantir que o país continue a ser um ator independente nas relações internacionais.

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