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Dólar avança com tarifas de Trump e incertezas sobre guerra comercial
O dólar subiu 0,73% nesta segunda-feira, alcançando R$ 5,88, após anúncio de tarifas por Trump.
O dólar iniciou a semana em alta, refletindo as tensões no mercado financeiro após o anúncio de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Às 9h05, a moeda americana subia 0,73%, sendo negociada a R$ 5,88. Este movimento ocorre após um janeiro em que o dólar registrou uma desvalorização acumulada de 5,56% frente ao real, marcando o maior recuo mensal desde junho de 2023.
Na última sexta-feira, o dólar fechou a R$ 5,8366, com uma queda de 0,28%, encerrando uma sequência de dez pregões consecutivos em baixa. A alta atual é impulsionada pela expectativa de uma possível guerra comercial, após Trump anunciar tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, e de 10% sobre produtos da China. As novas taxas entram em vigor na terça-feira, 4 de fevereiro.
Os investidores estão preocupados com as repercussões dessas tarifas, que podem afetar não apenas os países diretamente envolvidos, mas também o Brasil, que tem um histórico de relações comerciais com os Estados Unidos. A incerteza no mercado é palpável, e muitos analistas apontam que essas medidas podem gerar um efeito dominó nas economias emergentes.
O governo canadense, em resposta às tarifas de Trump, anunciou que irá impor tarifas de 25% sobre produtos americanos, enquanto o México também se prepara para adotar medidas retaliatórias. A China, por sua vez, indicou que tomará as devidas providências junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) para proteger seus interesses.
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A justificativa de Trump para a imposição das tarifas gira em torno da segurança nacional, alegando que a medida é necessária para combater o tráfico de drogas e a imigração ilegal. Em suas declarações, ele afirmou: “Devemos proteger os americanos e é meu dever como presidente garantir a segurança de todos”.
Além das tarifas sobre produtos importados, Trump também mencionou a possibilidade de novas taxas sobre aço, alumínio e outros produtos, o que pode agravar ainda mais as tensões comerciais. O impacto dessas tarifas é amplamente debatido entre economistas, que alertam para uma possível elevação nos preços e uma desaceleração do crescimento econômico.
O mercado financeiro brasileiro também sente os efeitos das incertezas internacionais. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, começou o dia em queda, refletindo o pessimismo dos investidores. Na última sessão, o índice fechou em baixa de 0,61%, acumulando uma perda de 4,95% em janeiro, embora tenha registrado uma leve recuperação em meses anteriores.
Os analistas estão atentos ao Boletim Focus, que traz as expectativas do mercado para a inflação e a taxa de juros. A mediana das projeções para o IPCA, índice que mede a inflação, subiu, o que pode indicar uma pressão inflacionária no horizonte. O Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou a possibilidade de novos aumentos na taxa Selic, que atualmente está em 13,25%.
À medida que a situação se desenrola, os investidores continuam a monitorar os desdobramentos das políticas comerciais de Trump e suas implicações para a economia global. A expectativa é de que novas informações sobre as tarifas e as reações dos países afetados sejam divulgadas nos próximos dias, o que pode influenciar ainda mais o comportamento do mercado.
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