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China inicia investigação contra Google por possíveis práticas antitruste
A Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China investiga o Google em meio a tensões comerciais com os EUA.
A Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China anunciou, nesta terça-feira, 4 de fevereiro, que está realizando uma investigação sobre o Google, sob a suspeita de violação das leis antitruste do país. O comunicado não detalhou as tarifas ou as razões específicas que motivaram a ação, mas a medida ocorre em um contexto de crescente tensão comercial entre a China e os Estados Unidos.
A investigação surge logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter imposto uma tarifa de 10% sobre produtos importados da China, medida que foi amplamente criticada e que gerou reações imediatas do governo chinês. Em resposta, Pequim anunciou tarifas sobre algumas importações dos EUA, intensificando a disputa comercial entre as duas potências.
O Google, que já enfrenta críticas de fabricantes de smartphones chineses por suas práticas comerciais relacionadas ao sistema operacional Android, possui uma presença limitada na China. O motor de busca da empresa está bloqueado no país desde 2010, quando decidiu sair do mercado em razão de pedidos de censura do governo e de ataques cibernéticos que comprometeram sua segurança.
Até o momento, o Google não se manifestou oficialmente sobre a investigação. A falta de comentários da empresa pode ser interpretada como uma estratégia para evitar agravar ainda mais a situação com as autoridades chinesas.
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Além do Google, o Ministério do Comércio da China também incluiu duas empresas americanas, o Grupo PVH, proprietário das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger, e a Illumina, uma empresa de biotecnologia, em uma lista de entidades não confiáveis. Essa inclusão pode restringir as atividades de importação e exportação dessas empresas e dificultar novos investimentos na China.
A investigação do Grupo PVH começou em setembro de 2024, após alegações de comportamento impróprio relacionado à região de Xinjiang, onde a empresa teria boicotado o uso de algodão proveniente dessa área, que é alvo de controvérsias internacionais.
Stephen Dover, estrategista-chefe de mercado e diretor do Instituto Franklin Templeton, observou que a resposta da China parece ser calculada e ponderada, mas também alertou para o potencial impacto que essa situação pode ter na economia global. Ele destacou que um dos riscos é o início de uma guerra comercial retaliatória, que poderia resultar em um crescimento econômico mais lento em todo o mundo, aumento da inflação nos Estados Unidos e pressão sobre as taxas de juros.
As tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos têm se intensificado nos últimos meses, com ambos os países adotando medidas que podem afetar o comércio bilateral e as relações econômicas. A investigação do Google pode ser vista como mais um capítulo nesse conflito, que envolve não apenas questões comerciais, mas também preocupações sobre segurança e tecnologia.
Enquanto isso, o cenário econômico global continua a ser afetado por essas disputas, e os investidores estão atentos às repercussões que a investigação pode ter sobre as operações do Google e sobre o mercado como um todo.
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