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China inicia investigação contra Google por supostas violações antitruste
A medida surge em meio a tensões comerciais intensificadas entre China e EUA após tarifas de Trump.
A China anunciou nesta terça-feira (4) a abertura de uma investigação contra o Google, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, sob suspeita de violação das leis antitruste do país. O comunicado foi feito pela Administração Estatal de Regulamentação do Mercado, mas não foram divulgados detalhes sobre as alegações específicas contra a gigante americana.
A decisão de Pequim ocorre em um contexto de crescente tensão comercial entre a China e os Estados Unidos, especialmente após o presidente Donald Trump ter imposto uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses no último sábado. Em resposta, o governo chinês adotou medidas semelhantes, incluindo a investigação do Google e a inclusão de empresas americanas em uma lista de “entidades não confiáveis”.
O Google, que possui uma presença limitada na China desde que seus serviços foram bloqueados em 2010, ainda não se manifestou sobre a investigação. A empresa tem enfrentado desafios semelhantes em outros países, onde já foi acusada de práticas anticompetitivas, incluindo na União Europeia e na Coreia do Sul.
Além do Google, a PVH Corp, proprietária das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger, e a empresa de biotecnologia Illumina também foram incluídas na lista de entidades não confiáveis, o que pode restringir suas operações no país. O governo chinês argumenta que essas medidas são uma resposta ao que considera uma abordagem unilateral e injusta dos EUA em relação ao comércio internacional.
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As novas tarifas impostas pela China incluem 15% sobre carvão e gás natural provenientes dos EUA, além de 10% sobre petróleo bruto e maquinário agrícola. Essas tarifas entrarão em vigor a partir do dia 10 de fevereiro, dando um tempo para que as duas potências tentem negociar um acordo.
O governo chinês criticou a imposição de tarifas por parte dos EUA, afirmando que essas ações violam as regras da Organização Mundial do Comércio e prejudicam a cooperação econômica entre os dois países. A relação entre os EUA e a China tem se deteriorado nos últimos anos, especialmente sob a administração Trump, que tem adotado uma postura mais agressiva em relação ao comércio internacional.
Especialistas acreditam que a investigação contra o Google pode estar relacionada ao seu sistema operacional Android, que domina o mercado de smartphones, exceto para marcas como Apple e Huawei. A preocupação é que a empresa possa estar abusando de sua posição dominante, o que poderia justificar as ações do governo chinês.
Desde 2010, quando o Google decidiu encerrar suas operações na China devido a questões de censura e segurança, a empresa tem enfrentado dificuldades para se estabelecer no mercado chinês. Atualmente, seus serviços são redirecionados para Hong Kong, e a presença da empresa no país é limitada a atividades de vendas e publicidade.
Com a escalada das tensões comerciais, a possibilidade de uma guerra comercial mais ampla entre as duas maiores economias do mundo se torna cada vez mais real. As ações de ambos os países podem ter repercussões significativas não apenas em suas economias, mas também em mercados globais, afetando o comércio e as relações internacionais.
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