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Avião da Embraer que caiu no Cazaquistão sofreu danos externos antes do acidente
Relatório preliminar indica que a aeronave da Azerbaijan Airlines foi atingida por objetos externos antes da queda trágica
Um relatório preliminar divulgado nesta terça-feira (4) aponta que o avião da Azerbaijan Airlines, fabricado pela Embraer, que caiu no Cazaquistão em 25 de dezembro de 2024, sofreu danos significativos causados por "objetos externos". O acidente resultou na morte de 38 pessoas, enquanto 29 sobreviventes foram resgatados.
O documento, elaborado pelo Ministério dos Transportes do Cazaquistão, não especifica a natureza dos objetos que causaram os danos. No entanto, as autoridades afirmam que a aeronave apresentava "danos de vários formatos e tamanhos na cauda", além de avarias no motor esquerdo e na asa esquerda.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, tem reiterado suas acusações de que o avião foi derrubado por disparos vindos do solo. Em declarações anteriores, Aliyev afirmou que a aeronave foi atingida enquanto sobrevoava território russo, sugerindo que poderia ter sido alvo de um ataque acidental.
O relatório preliminar também menciona que a tripulação havia perdido o sinal de GPS antes do acidente, o que pode ter contribuído para a perda de controle da aeronave. A análise das caixas-pretas, realizada no Brasil, revelou que os pilotos enfrentaram dificuldades ao tentar estabilizar o voo.
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Imagens divulgadas pelo governo do Cazaquistão mostram buracos na fuselagem da aeronave, o que reforça a hipótese de que a queda foi causada por fragmentos de objetos externos. Especialistas ocidentais sugerem que a aeronave pode ter sido atingida por um míssil de um sistema de defesa antiaérea russo, que estava em operação na região no dia do acidente.
O governo russo, por sua vez, admitiu que suas defesas estavam ativas devido a ataques de drones ucranianos na área, mas não assumiu responsabilidade pela queda do avião. O presidente Vladimir Putin expressou suas condolências ao Azerbaijão, mas não confirmou que as forças russas tenham causado o acidente.
Os investigadores ainda estão analisando as causas do desvio da rota da aeronave, que estava a caminho de Grozny, na Rússia, quando ocorreu a tragédia. O relatório preliminar de 53 páginas não chegou a uma conclusão definitiva sobre os motivos que levaram ao acidente.
O acidente levanta preocupações sobre a segurança aérea na região, especialmente em um contexto de tensões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia, que podem ter impactado as operações de voo. A Embraer, fabricante do modelo E190, está acompanhando a investigação de perto.
O voo J2-8243 partiu de Baku, capital do Azerbaijão, e estava prestes a aterrissar em Grozny quando a tragédia ocorreu. As autoridades continuam a investigar o caso, buscando esclarecer todos os detalhes que cercam o acidente e suas causas.
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