
Suspeito de roubo de 210 milhões de euros em criptomoedas é preso em Paris
Acusado é indiciado por roubo organizado e lavagem de dinheiro após ataque a plataforma Coinrail em 2018.
Um homem de 24 anos, suspeito de ter realizado um dos maiores roubos de criptomoedas da história, foi preso em Paris após ser indiciado por roubo em grupo organizado e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de ter hackeado a plataforma sul-coreana Coinrail em 2018, levando a um prejuízo estimado em 210 milhões de euros.
A prisão ocorreu na última terça-feira, 28 de janeiro, após o suspeito ter sido colocado sob vigilância. O Ministério Público de Paris informou que a investigação foi iniciada após a análise de materiais apreendidos em um caso anterior envolvendo a plataforma Gatehub, que também foi hackeada em 2019.
Durante o ataque à Coinrail, cerca de 26 milhões de euros foram roubados, mas o valor total do prejuízo aumentou significativamente devido à valorização das criptomoedas desde então. “No dia do roubo, 26 milhões de euros foram subtraídos, mas com a alta do mercado, o valor atual do prejuízo é de 210 milhões de euros”, explicou Johanna Brousse, vice-procuradora que lidera a seção de crimes cibernéticos do parquet.
O Ministério Público também destacou que, até o momento, o dinheiro roubado não foi recuperado. Uma investigação preliminar foi designada ao Escritório de Combate à Cibercriminalidade (Ofac), que já ouviu três suspeitos, um deles no Marrocos, que se responsabilizaram mutuamente pelo crime.


“Identificamos rapidamente os possíveis autores do hack, mas não conseguimos descobrir onde estava o dinheiro roubado. Então, colocamos os suspeitos sob vigilância e notamos que um deles estava vivendo de forma excessivamente luxuosa”, afirmou Brousse.
O principal suspeito, que estava listado no arquivo de pessoas procuradas, foi detido na fronteira suíça, onde foi encontrado em um veículo avaliado em 700.000 euros e portando uma relógio de 80.000 euros, adquirido em criptomoeda. Ele estava a caminho de Saint-Barthélemy quando foi interceptado.
Além do principal acusado, sua companheira, suspeita de envolvimento na lavagem do dinheiro, também foi indiciada e está sob controle judicial. O Ministério Público anunciou que já foram apreendidos objetos de luxo e quantias em contas bancárias ligadas ao casal.
As infrações relacionadas a criptomoedas têm aumentado. Recentemente, sete pessoas, incluindo seis homens e uma mulher, foram indiciadas por sequestro e extorsão de um ex-funcionário da Ledger, uma empresa líder na fabricação de carteiras de criptomoedas. Além disso, quatro homens foram indiciados em um caso separado, suspeitos de tentar extorquir um empresário do setor.
As autoridades policiais estão preocupadas com o uso crescente de criptomoedas para lavagem de dinheiro proveniente de atividades ilícitas, especialmente relacionadas a drogas. Contudo, especialistas alertam que, apesar das vantagens, o sistema possui vulnerabilidades. “A criptomoeda sempre deixará rastros, mesmo quando transferida para outras mãos”, afirmou Magali Caillat, subdiretora responsável pela luta contra a criminalidade financeira na polícia judiciária.
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