Os preços do petróleo caíram mais de 2% após aumento significativo nos estoques americanos e incertezas sobre comércio com a China.
05 de Fevereiro de 2025 às 22h25

Queda nos preços do petróleo é impulsionada por aumento de estoques nos EUA e tensões comerciais

Os preços do petróleo caíram mais de 2% após aumento significativo nos estoques americanos e incertezas sobre comércio com a China.

Os preços do petróleo sofreram uma queda de mais de 2% nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, refletindo um aumento significativo nos estoques de petróleo e gasolina nos Estados Unidos, além de preocupações relacionadas a uma nova escalada nas tensões comerciais entre os EUA e a China.

Os contratos futuros do petróleo Brent recuaram US$ 1,59, ou 2,09%, fechando a US$ 74,61 por barril. No mercado americano, o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) caiu US$ 1,67, ou 2,3%, para US$ 71,03.

De acordo com a Administração de Informações sobre Energia (AIE), os estoques de petróleo bruto nos EUA aumentaram em 8,66 milhões de barris na semana passada, um crescimento bem acima do esperado pelos analistas, que projetavam um aumento de cerca de 1,9 milhão de barris. Essa alta nos estoques sinaliza uma demanda mais fraca por petróleo e gasolina, o que impacta diretamente os preços.

John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York, comentou sobre a situação, afirmando que “as refinarias simplesmente não têm necessidade de petróleo bruto no momento”. Ele acrescentou que as refinarias estão priorizando manutenções devido à baixa demanda por gasolina.

As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China também têm contribuído para a pressão sobre os preços do petróleo. Na terça-feira, o governo chinês anunciou tarifas sobre as importações de petróleo, gás natural liquefeito e carvão dos EUA, como retaliação às tarifas impostas pelos EUA sobre as exportações chinesas. Essa medida gerou temores de um enfraquecimento da demanda global por energia.

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Stephen Schork, da consultoria The Schork Group, ressaltou que “há muita volatilidade e incerteza quanto às relações entre Estados Unidos e China, e isso tem um peso sobre o mercado”. A China, sendo o maior importador de energia do mundo, exerce uma influência significativa sobre os preços internacionais do petróleo.

Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados (Opep+) decidiram manter seu calendário de aumento da produção, o que significa que mais barris devem voltar ao mercado a partir de abril. Essa decisão pode impactar ainda mais os preços, especialmente em um cenário de demanda reduzida.

No contexto geopolítico, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, fez um apelo aos membros da Opep para que se unam contra possíveis sanções dos EUA, após o ex-presidente Donald Trump ter anunciado a restauração da campanha de “pressão máxima” sobre o Irã, que visava restringir seu programa nuclear.

O aumento nos estoques de petróleo e as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo estão criando um ambiente de incerteza que pode afetar o crescimento econômico global e, consequentemente, a demanda por petróleo.

Os analistas alertam que a situação atual pode resultar em uma volatilidade significativa nos preços do petróleo nos próximos dias, à medida que o mercado reage às novas informações sobre estoques e desenvolvimentos nas relações comerciais entre os EUA e a China.

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