A moeda norte-americana encerrou a quarta-feira (5) em alta, interrompendo uma sequência de desvalorização. A alta é impulsionada por tensões globais.
05 de Fevereiro de 2025 às 22h05

Dólar sobe 0,40% após 12 pregões seguidos de queda e fecha a R$ 5,79

A moeda norte-americana encerrou a quarta-feira (5) em alta, interrompendo uma sequência de desvalorização. A alta é impulsionada por tensões globais.

Após uma sequência de 12 pregões consecutivos de queda, o dólar comercial fechou a quarta-feira (5) cotado a R$ 5,79, registrando uma alta de 0,40%. Esta foi a primeira valorização da moeda norte-americana desde 16 de janeiro de 2025, quando a cotação alcançou R$ 6,05.

A valorização do dólar ocorre em um cenário de aumento das tensões geopolíticas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o país pretende assumir o controle da Faixa de Gaza, o que gerou apreensão nos mercados internacionais. Além disso, a possibilidade de novas sanções tarifárias entre China e EUA tem levado investidores a buscar ativos considerados mais seguros, como o próprio dólar.

No Brasil, indicadores econômicos também influenciam o cenário. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção industrial cresceu 3,1% em 2024, mas registrou uma queda de 0,3% em dezembro, acumulando três meses consecutivos de retração.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que a inflação está “razoavelmente controlada”, mas os dados mostram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2024 em 4,83%, acima da meta de 3% e do teto de 4,5%. O aumento dos preços impactou principalmente a população de menor renda, com a alta dos alimentos, especialmente das carnes, exercendo forte pressão inflacionária.

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O Banco Central alertou que a tendência é que a proteína animal continue pressionando os índices de inflação no Brasil. A alta dos preços dos alimentos, em especial das carnes, foi um dos principais fatores que contribuíram para a inflação acima da meta.

Os agentes do mercado financeiro também estão atentos às prioridades econômicas do governo para 2025. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma lista de 25 medidas prioritárias ao novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Entre as propostas está a reforma do Imposto de Renda, que prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também apresentou recuperação, fechando em alta de 0,31%, a 125.534 pontos. A valorização foi impulsionada por ações de setores como aviação e bancos, que compensaram a queda das ações de empresas de petróleo, afetadas pela recente alta nos preços do petróleo no exterior.

O fluxo cambial do Brasil em janeiro foi negativo, com saídas líquidas de US$ 6,7 bilhões, mas a última semana do mês apresentou um fluxo positivo, com entrada total de US$ 1,253 bilhão no país. Essa dinâmica mostra que, apesar das incertezas, há uma movimentação de capital que pode indicar confiança em setores específicos da economia brasileira.

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