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Dólar fecha a R$ 5,76, menor valor desde novembro, e bolsa sobe 0,55%
A moeda norte-americana caiu 0,49% e a bolsa superou os 126 mil pontos, impulsionada por mineradoras.
O dólar comercial encerrou a quinta-feira (6) cotado a R$ 5,7649, apresentando uma queda de 0,49%, o menor valor desde 18 de novembro de 2024, quando a moeda foi negociada a R$ 5,7484. Este movimento representa uma correção dos preços no Brasil, após um período de cotações inflacionadas, além de refletir as expectativas de um governo dos Estados Unidos mais moderado do que o inicialmente previsto.
No dia anterior, a moeda havia registrado uma leve alta de 0,40%, interrompendo uma sequência de 12 quedas consecutivas, a maior em 20 anos. Analistas apontam que a atual movimentação é impulsionada pelo aumento do fluxo de investimentos para mercados emergentes, com investidores ajustando suas posições em dólar. Essa mudança é favorecida pela diminuição das tensões comerciais que, no ano passado, foram intensificadas pelo governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por meio da imposição de sobretaxas sobre produtos importados.
Além disso, dados recentes indicam que os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos aumentaram em 11 mil, totalizando 219 mil solicitações na última semana, um sinal de desaquecimento da economia americana. Esse cenário reforça a expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, mantenha a taxa de juros entre 4,25% e 4,50%, ou até mesmo inicie uma nova rodada de cortes nas taxas.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre o andamento das propostas fiscais durante entrevistas a rádios da Bahia. Lula expressou confiança de que o Congresso Nacional aprovará um projeto que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Contudo, o presidente destacou que o Ministério da Fazenda e a Receita Federal já prepararam medidas para compensar a possível renúncia fiscal decorrente dessa alteração.
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Esse movimento reflete a conjuntura econômica em que o mercado está operando, com investidores ajustando suas expectativas sobre os próximos passos do Federal Reserve e as políticas fiscais no Brasil, enquanto observam sinais de uma recuperação econômica mais gradual em ambos os países.
Em paralelo, o mercado de ações teve um desempenho positivo, com o índice Ibovespa da B3 fechando em alta de 0,55%, superando os 126 mil pontos. O avanço foi impulsionado principalmente por ações de mineradoras e empresas ligadas ao consumo, como companhias aéreas e varejistas.
Os investidores estão atentos à divulgação de dados do mercado de trabalho norte-americano nesta sexta-feira (7), que pode impactar ainda mais as cotações. A queda do dólar foi observada em relação a quase todas as principais moedas, beneficiando os países emergentes, especialmente após a decisão do governo de Donald Trump de suspender a sobretaxa de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses.
A divulgação de dados que apontam para uma desaceleração na indústria e nos serviços no Brasil também favoreceu a bolsa de valores, visto que um eventual esfriamento da economia poderia diminuir a necessidade de o Banco Central elevar a Taxa Selic em maio. Para a reunião de março, o BC já anunciou uma nova elevação de 1 ponto percentual nos juros básicos da economia, que passará a ser de 14,25% ao ano.
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