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Bombeiros de Minas Gerais encontram segmentos de corpo em Brumadinho
Após seis anos da tragédia, novos fragmentos são localizados na área de buscas em Brumadinho, aumentando esperanças de identificação.
Na manhã desta quinta-feira (6), o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais anunciou a descoberta de “vários segmentos de interesse” na área de buscas pelas vítimas do rompimento da barragem da Vale, ocorrido em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi confirmada pelo vice-governador do estado, Mateus Simões (Novo), em entrevista exclusiva.
Os fragmentos foram localizados a aproximadamente 6 km do ponto de rompimento da barragem, conforme relatado pelo tenente Henrique Barcelos, porta-voz da corporação. Ele explicou que os segmentos podem ter se deslocado devido ao movimento da lama, que cobriu a região após a tragédia.
Os bombeiros estavam em processo de preparação da lama para análise quando os segmentos foram encontrados. Embora ainda não seja possível determinar a quantidade exata de fragmentos localizados, Barcelos destacou que se trata de um número expressivo. Entre os itens encontrados, um fêmur com prótese foi identificado, o que pode facilitar o processo de identificação das vítimas.
“Os bombeiros estão há seis anos realizando buscas. Recebemos a notícia de que, próximo à pousada que foi destruída pela lama, um segmento foi encontrado. Ele está a caminho do Instituto Médico-Legal (IML)”, declarou Simões, que espera resultados da perícia ainda no decorrer do dia.
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Desde o início da operação, mais de 2.200 dias se passaram, e as buscas continuam em busca das vítimas ainda não localizadas. Os segmentos encontrados foram enviados à perícia da Polícia Civil para análises detalhadas e identificação.
A tragédia de Brumadinho, que ocorreu em 25 de janeiro de 2019, vitimou 272 pessoas, incluindo duas gestantes. Até o momento, 267 vítimas foram identificadas, mas três pessoas permanecem desaparecidas: Maria de Lourdes da Costa Bueno, de 59 anos, que estava na cidade a passeio; Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos, engenheiro mecânico que trabalhava na mina há apenas 20 dias; e Natália Porto de Oliveira, de 25 anos, estagiária da mineradora.
As buscas são realizadas com o apoio de estações especializadas que processam o material recolhido, separando fragmentos maiores dos menores. Além disso, a operação conta com o auxílio de tecnologia, incluindo inteligência artificial, para inspecionar visualmente os materiais que passam pelas esteiras de triagem.
O rompimento da barragem liberou cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos, causando um dos maiores desastres ambientais e humanos da história recente do Brasil. Apesar do tempo decorrido, as equipes de resgate permanecem firmes em sua missão de encontrar as vítimas e proporcionar um fechamento para as famílias afetadas.
As ações penais relacionadas ao rompimento da barragem ainda estão em andamento, com diversas acusações contra gestores da Vale e da Tüv Süd, empresa responsável pela certificação da barragem. O processo judicial continua a ser acompanhado de perto pela sociedade, que aguarda justiça para as vítimas e suas famílias.
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