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General Tomás Paiva visita Braga Netto em cela no Rio de Janeiro
O comandante do Exército conferiu a saúde do general da reserva, que está detido há mais de 50 dias na Vila Militar.
Na última sexta-feira (7), o comandante do Exército, general Tomás Paiva, realizou uma visita ao general da reserva Walter Braga Netto, que se encontra detido na Vila Militar, na zona oeste do Rio de Janeiro. A visita, que durou cerca de 15 minutos, teve como objetivo verificar a saúde do ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e assegurar que sua família esteja recebendo o suporte necessário.
A prática de visitar militares presos é uma rotina adotada por Tomás Paiva desde que assumiu o comando da Força em 2023. Braga Netto é o único militar atualmente detido na Vila Militar, e segundo informações, não apresentou queixas durante o encontro.
Braga Netto, que está preso desde 14 de dezembro, foi alvo de uma prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi baseada em indícios de que o general teria tentado obstruir investigações relacionadas a uma tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022.
O ex-ministro, que possui a mais alta patente militar, a de general de quatro estrelas, tem demonstrado tranquilidade diante da situação, mesmo discordando da prisão. Durante sua carreira, Braga Netto acumulou experiências em momentos de tensão, o que pode ter contribuído para sua resiliência.
A investigação que culminou na sua detenção revelou que Braga Netto estaria incitando a divulgação de mensagens críticas a militares que se posicionaram de forma legalista, como o próprio Tomás Paiva. Este episódio gerou um clima de mal-estar entre os militares, dividindo opiniões sobre a prisão do ex-ministro.
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Atualmente, existem 15 oficiais e 82 praças em situação de detenção em todo o país, seja cumprindo pena ou aguardando julgamento. A expectativa é que Tomás Paiva continue a realizar visitas a outros militares que se encontram presos, reforçando a importância do apoio institucional mesmo em situações adversas.
O local onde Braga Netto está detido foi adaptado para funcionar como cela, contando com comodidades como ar-condicionado e banheiro privativo. No entanto, as visitas são restritas a familiares e advogados, em dias específicos da semana.
A prisão do general deve ser reavaliada após 90 dias, conforme prevê o Código de Processo Penal. O inquérito relacionado ao caso deve ser concluído em até dez dias após a prisão, e o Ministério Público tem um prazo de 15 dias para apresentar a denúncia.
Além das investigações que envolvem Braga Netto, a Polícia Federal também apura seu suposto envolvimento em ataques virtuais a outros generais e na organização de um plano para assassinar figuras políticas, incluindo o presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin.
As investigações seguem sob sigilo, e os desdobramentos do caso devem ser acompanhados de perto pela opinião pública e pela mídia, dada a gravidade das acusações e a relevância dos envolvidos.
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