A operação resultou na destruição de quatro minas e no resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão.
09 de Fevereiro de 2025 às 17h08

Polícia Federal destrói minas de garimpo ilegal no Amazonas e resgata trabalhadores

A operação resultou na destruição de quatro minas e no resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão.

A Polícia Federal (PF) realizou uma ação significativa no combate ao garimpo ilegal no município de Maués, no Amazonas, ao destruir quatro minas subterrâneas com o uso de explosivos. A operação, batizada de Mineração Obscura 2, ocorreu entre os dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro e envolveu a colaboração de diversas instituições, incluindo o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Durante a operação, os agentes resgataram trabalhadores que se encontravam em condições análogas à escravidão, enfrentando jornadas exaustivas e riscos à saúde. Segundo a PF, a ação é um desdobramento da Operação Déjà Vu, que já havia investigado práticas semelhantes na região.

A investigação teve início a partir de denúncias sobre a exploração de mão de obra degradante e o uso de cianeto na extração ilegal de ouro. O cianeto é um composto químico altamente tóxico, que pode causar morte em casos de contaminação. Além disso, foi encontrado mercúrio, utilizado na separação do ouro do solo, o que agrava ainda mais a situação.

As equipes do MPT constataram que mais de 50 trabalhadores, incluindo garimpeiros, cozinheiras e gerentes, estavam expostos a condições precárias, sem acesso a direitos básicos e em locais de trabalho inseguros. A maioria dos empregados fugiu ao perceber a aproximação dos agentes, mas quatro deles permaneceram e foram resgatados.

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Após o acolhimento, os trabalhadores foram encaminhados a seus locais de origem. O MPT planeja propor uma ação civil pública para assegurar os direitos trabalhistas dos resgatados e responsabilizar os financiadores do garimpo ilegal.

Os danos ambientais causados pela extração de minério por meio de minas subterrâneas são alarmantes, com estimativas superiores a R$ 1 bilhão. A degradação de áreas de preservação, o desmatamento e a contaminação de lençóis freáticos são algumas das consequências diretas dessa atividade ilegal.

A PF informou que este garimpo é um dos mais antigos do Brasil e que esta foi a primeira vez que uma operação desse tipo resultou na retirada de pessoas que operavam o garimpo subterrâneo ilegal.

Para registrar denúncias de trabalho análogo à escravidão, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) orienta a utilização do Sistema Ipê Trabalho Escravo, uma plataforma digital dedicada a receber esse tipo de denúncia. Além disso, o Disque 100, coordenado pelo Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, oferece uma linha direta para denúncias de violações de direitos humanos, funcionando 24 horas por dia.

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