Ação resultou na inutilização de quatro minas e danos ambientais superiores a R$ 1 bilhão.
09 de Fevereiro de 2025 às 11h22

Polícia Federal desmantela garimpo ilegal de ouro no Amazonas com resgate de trabalhadores

Ação resultou na inutilização de quatro minas e danos ambientais superiores a R$ 1 bilhão.

Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) resultou na desativação de quatro minas subterrâneas de garimpo ilegal de ouro em Maués, no estado do Amazonas, nesta semana. Durante a ação, trabalhadores que se encontravam em condições análogas à escravidão foram resgatados.

Segundo informações da PF, o método utilizado para a extração é considerado incomum e extremamente arriscado. Os danos ambientais já foram avaliados em mais de R$ 1 bilhão, englobando desmatamento, contaminação de lençóis freáticos e degradação de áreas de preservação.

A operação, denominada Mineração Obscura 2, contou com a colaboração de diversas instituições, incluindo a Polícia Rodoviária Federal, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério Público do Trabalho e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

A investigação teve início a partir de denúncias sobre a exploração degradante da mão de obra e o uso de cianeto na extração ilegal de ouro, sendo um desdobramento da operação anterior chamada Dèjà Vu.

Durante a ação, as equipes constataram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas, sem acesso a direitos básicos e expostos a riscos devido à manipulação de substâncias tóxicas.

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Além do garimpo de ouro, outra operação conjunta da PF, ICMBio, Ibama e Força Nacional desativou um garimpo ilegal de cobre em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará. No mês passado, três garimpeiros foram presos em um poço aberto ilegalmente na região.

Os poços de extração de cobre, que podem atingir até 50 metros de profundidade e 100 metros de comprimento, representam um risco significativo à vida dos trabalhadores, que muitas vezes estão submetidos a condições análogas à escravidão.

De acordo com o ICMBio, os poços de cobre causaram um prejuízo estimado em mais de R$ 362 milhões nos últimos cinco anos, além de R$ 6,2 milhões em danos ambientais.

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão que permitiram a destruição de máquinas e alojamentos utilizados no garimpo ilegal dentro da Floresta Nacional de Itacaiúnas. No total, foram inutilizados ou apreendidos 10 motores estacionários, 15 acampamentos, duas canoas, um motor rabeta, duas armas artesanais e duas pás carregadeiras.

A PF destacou em nota que a região já foi alvo de várias operações, mas a exploração ilegal continua a retornar, frequentemente com estruturas ainda mais robustas. A manutenção dessas atividades, segundo a nota, geralmente ocorre com o apoio de financiadores externos, que investem em infraestrutura como energia elétrica e alojamentos, impactando negativamente a biodiversidade local.

Até o momento, a PF realizou a penhora solidária de R$ 6 milhões de três investigados, destinados à reparação de danos ambientais e econômicos.

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