Presidente dos Estados Unidos sugere a construção de comunidades para palestinos em nova proposta de ocupação.
10 de Fevereiro de 2025 às 14h53

Trump afirma que palestinos não teriam direito de retornar a Gaza sob plano dos EUA

Presidente dos Estados Unidos sugere a construção de comunidades para palestinos em nova proposta de ocupação.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira, 10, que os palestinos não teriam direito de retornar à Faixa de Gaza caso seu plano de ocupação do território fosse implementado. A afirmação foi feita durante uma entrevista ao canal Fox News, onde Trump detalhou sua visão para a região devastada pela guerra.

Trump afirmou: “Não, eles não teriam, porque terão moradias muito melhores”. Ele se referia à proposta de criar um “lugar permanente” para os palestinos, sugerindo que eles seriam deslocados para áreas mais seguras, longe dos conflitos atuais.

O presidente norte-americano tem defendido a ideia de transformar Gaza em uma “Riviera do Oriente Médio”, um grande empreendimento imobiliário que, segundo ele, traria benefícios econômicos e estabilidade à região. “Estamos comprometidos em possuí-la, tomar conta e garantir que o Hamas não volte para lá”, acrescentou Trump.

Além disso, o republicano mencionou que os palestinos poderiam ser transferidos para países como Egito e Jordânia, que já se manifestaram contrários à proposta. “Vamos construir comunidades seguras, um pouco mais distantes de onde estão agora, onde está todo o perigo”, disse Trump, enfatizando que o projeto é visto como um desenvolvimento imobiliário para o futuro.

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As declarações de Trump contradizem as afirmações anteriores de autoridades da Casa Branca, que alegavam que a realocação dos palestinos seria temporária. Durante a entrevista, Trump reiterou que “não há para onde voltar” e que o que restar em Gaza “será demolido”.

O plano de Trump gerou reações negativas em nível internacional. O Escritório de Direitos Humanos da ONU declarou que qualquer transferência forçada de pessoas de territórios ocupados é estritamente proibida. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também criticou a proposta, afirmando que ela poderia ser vista como uma forma de limpeza étnica.

Países como França, Reino Unido, Espanha e Rússia se opuseram à medida, enquanto a Arábia Saudita, que busca fortalecer laços com Israel, afirmou que não normalizará relações sem a criação de um Estado palestino.

Historicamente, a Faixa de Gaza tem sido um território conturbado. Após a queda do Império Otomano, na década de 1920, a região foi controlada pelo Mandato Britânico e, posteriormente, ocupada por Israel após a Guerra dos Seis Dias em 1967. Desde então, o Hamas assumiu o controle do território, complicando ainda mais a situação.

A proposta de Trump, se concretizada, envolveria o deslocamento de mais de dois milhões de palestinos, levantando preocupações sobre os direitos humanos e a viabilidade de um futuro Estado palestino.

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