Presidente dos EUA defende plano de reassentamento em locais com moradias melhores para palestinos, após conflito na região.
10 de Fevereiro de 2025 às 18h07

Trump afirma que palestinos não terão direito de retornar a Gaza em proposta

Presidente dos EUA defende plano de reassentamento em locais com moradias melhores para palestinos, após conflito na região.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que os palestinos não teriam o direito de retornar à Faixa de Gaza sob seu plano de reconstrução do território, que ele descreve como um “grande espaço imobiliário”. Em entrevista ao canal Fox News, Trump afirmou: “Não, eles não teriam, porque terão moradias muito melhores”.

Durante a entrevista, Trump enfatizou que a proposta visa criar um “lugar permanente” para os palestinos, sugerindo que, caso eles decidam retornar agora, levará anos até que isso seja viável, dado que a região não é habitável no momento. “Estou falando sobre construir um lugar permanente para eles”, disse o presidente.

O plano de Trump inclui a transferência de palestinos para países vizinhos, como Egito e Jordânia, devido à devastação causada por mais de 15 meses de conflitos na região. No entanto, tanto o Egito quanto a Jordânia se opuseram veementemente à proposta. O ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, e o rei Abdullah II da Jordânia já expressaram suas objeções ao plano.

Trump também mencionou a possibilidade de firmar acordos com esses países para facilitar o reassentamento dos palestinos, afirmando que os Estados Unidos poderiam investir bilhões de dólares para ajudar na reconstrução. “Damos a eles bilhões e bilhões de dólares por ano”, destacou.

Na mesma entrevista, Trump reiterou sua intenção de “possuir” Gaza, descrevendo a região como um projeto imobiliário. “Construiremos comunidades seguras um pouco mais distantes de onde elas estão, onde todo esse perigo está e, enquanto isso, eu seria o dono disso. Pense nisso como um empreendimento imobiliário para o futuro”, afirmou.

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A proposta de Trump para Gaza gerou forte reação internacional, sendo amplamente condenada como uma tentativa de limpeza étnica. Especialistas em direito internacional alertam que o deslocamento forçado de uma população sob ocupação militar é considerado um crime de guerra, conforme as Convenções de Genebra.

Os palestinos, por sua vez, têm se manifestado contra a ideia de serem deslocados permanentemente, recordando a “Nakba”, que se refere à catástrofe de 1948, quando muitos palestinos foram forçados a deixar suas casas. A situação atual, marcada por ataques israelenses, resultou em deslocamentos internos, mas muitos afirmam que não deixarão a região.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, também se manifestou a favor da ideia de um plano de “saída voluntária” para os palestinos, sugerindo que a Faixa de Gaza poderia ser transformada na “Riviera do Oriente Médio”. A proposta, no entanto, foi recebida com indignação por líderes árabes e pela comunidade internacional.

Trump deve se reunir com o rei Abdullah da Jordânia na próxima terça-feira, onde a discussão sobre o plano de Gaza deverá ser um dos principais tópicos. A proposta de reassentamento dos palestinos continua a ser um tema delicado e controverso no cenário geopolítico atual, com repercussões que vão além da região.

À medida que a situação se desenrola, a comunidade internacional observa atentamente as reações e as implicações do plano de Trump, que promete ser um ponto de discórdia nas relações entre os Estados Unidos, Israel e os países árabes vizinhos.

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