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Trump afirma que palestinos não terão direito de retornar a Gaza em proposta
Presidente dos EUA defende plano de reassentamento em locais com moradias melhores para palestinos, após conflito na região.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que os palestinos não teriam o direito de retornar à Faixa de Gaza sob seu plano de reconstrução do território, que ele descreve como um “grande espaço imobiliário”. Em entrevista ao canal Fox News, Trump afirmou: “Não, eles não teriam, porque terão moradias muito melhores”.
Durante a entrevista, Trump enfatizou que a proposta visa criar um “lugar permanente” para os palestinos, sugerindo que, caso eles decidam retornar agora, levará anos até que isso seja viável, dado que a região não é habitável no momento. “Estou falando sobre construir um lugar permanente para eles”, disse o presidente.
O plano de Trump inclui a transferência de palestinos para países vizinhos, como Egito e Jordânia, devido à devastação causada por mais de 15 meses de conflitos na região. No entanto, tanto o Egito quanto a Jordânia se opuseram veementemente à proposta. O ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, e o rei Abdullah II da Jordânia já expressaram suas objeções ao plano.
Trump também mencionou a possibilidade de firmar acordos com esses países para facilitar o reassentamento dos palestinos, afirmando que os Estados Unidos poderiam investir bilhões de dólares para ajudar na reconstrução. “Damos a eles bilhões e bilhões de dólares por ano”, destacou.
Na mesma entrevista, Trump reiterou sua intenção de “possuir” Gaza, descrevendo a região como um projeto imobiliário. “Construiremos comunidades seguras um pouco mais distantes de onde elas estão, onde todo esse perigo está e, enquanto isso, eu seria o dono disso. Pense nisso como um empreendimento imobiliário para o futuro”, afirmou.
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A proposta de Trump para Gaza gerou forte reação internacional, sendo amplamente condenada como uma tentativa de limpeza étnica. Especialistas em direito internacional alertam que o deslocamento forçado de uma população sob ocupação militar é considerado um crime de guerra, conforme as Convenções de Genebra.
Os palestinos, por sua vez, têm se manifestado contra a ideia de serem deslocados permanentemente, recordando a “Nakba”, que se refere à catástrofe de 1948, quando muitos palestinos foram forçados a deixar suas casas. A situação atual, marcada por ataques israelenses, resultou em deslocamentos internos, mas muitos afirmam que não deixarão a região.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, também se manifestou a favor da ideia de um plano de “saída voluntária” para os palestinos, sugerindo que a Faixa de Gaza poderia ser transformada na “Riviera do Oriente Médio”. A proposta, no entanto, foi recebida com indignação por líderes árabes e pela comunidade internacional.
Trump deve se reunir com o rei Abdullah da Jordânia na próxima terça-feira, onde a discussão sobre o plano de Gaza deverá ser um dos principais tópicos. A proposta de reassentamento dos palestinos continua a ser um tema delicado e controverso no cenário geopolítico atual, com repercussões que vão além da região.
À medida que a situação se desenrola, a comunidade internacional observa atentamente as reações e as implicações do plano de Trump, que promete ser um ponto de discórdia nas relações entre os Estados Unidos, Israel e os países árabes vizinhos.
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