Alexandre de Moraes autoriza desbloqueio de 30% do salário de Marco Antônio de Barros Pinto, um dos suspeitos do crime
10 de Fevereiro de 2025 às 17h57

Ministro do STF desbloqueia parte do salário de policial investigado no caso Marielle

Alexandre de Moraes autoriza desbloqueio de 30% do salário de Marco Antônio de Barros Pinto, um dos suspeitos do crime

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pelo desbloqueio de 30% do salário de Marco Antônio de Barros Pinto, inspetor da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que está sob investigação pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL.

Em março do ano passado, Moraes havia determinado o bloqueio das contas de Pinto, e posteriormente, em abril, autorizou o pagamento de um valor correspondente a um salário mínimo. Recentemente, o inspetor solicitou o desbloqueio total de seus vencimentos, mas a resposta foi apenas parcial.

Na análise do pedido, o ministro ressaltou que, ao examinar os gastos mensais de Pinto, foram identificadas “despesas que não podem ser consideradas de primeira necessidade ou compatíveis com sua realidade econômica”. Dessa forma, Moraes atendeu parcialmente ao pedido, permitindo que o investigado tenha acesso a uma parte de seus vencimentos.

“O pedido formulado de desbloqueio da conta deve ser parcialmente deferido, para permitir que o investigado possa ter disponibilidade de valores decorrentes de seus vencimentos necessários para sua efetiva subsistência”, afirmou o ministro em sua decisão.

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Em dezembro, Marco Antônio de Barros Pinto recebeu um salário bruto de R$ 21,1 mil, conforme contracheque apresentado ao STF. Após os descontos, a remuneração líquida ficou em R$ 14,3 mil.

A Polícia Federal (PF) investiga se Pinto contribuiu para obstruir as investigações relacionadas ao caso Marielle, assim como o delegado Giniton Lages, que também teve parte de seu salário bloqueado. Ambos negam as acusações. Embora tenham sido mencionados nas apurações da PF, até o momento, não foram alvo de denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O caso Marielle Franco, que ocorreu em março de 2018, continua sendo um dos mais emblemáticos e controversos da história recente do Brasil. A vereadora, conhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos e das minorias, foi assassinada em um atentado que chocou o país e gerou uma onda de protestos e clamor por justiça.

A investigação sobre o crime ainda está em andamento, e a sociedade civil e familiares de Marielle Franco permanecem em busca de respostas e responsabilização dos envolvidos. O desbloqueio parcial do salário de Marco Antônio de Barros Pinto traz à tona novas discussões sobre a condução das investigações e a atuação de figuras ligadas à segurança pública no estado do Rio de Janeiro.

O STF, por sua vez, continua a ser um ator central nas decisões que envolvem a investigação do caso, refletindo a complexidade e a relevância do tema para a sociedade brasileira.

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