Ministros destacam a importância de aguardar medidas concretas antes de qualquer reação do governo brasileiro
10 de Fevereiro de 2025 às 17h17

Brasil espera decisão dos EUA sobre tarifas de aço e alumínio, afirmam autoridades

Ministros destacam a importância de aguardar medidas concretas antes de qualquer reação do governo brasileiro

O governo brasileiro, por meio de seus principais representantes, manifestou que aguardará a definição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possível imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, antes de tomar qualquer medida de resposta. A declaração foi feita nesta segunda-feira (10) em meio à expectativa crescente sobre as decisões comerciais do governo americano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou que a postura do Brasil será de cautela. Ele declarou: “O governo tomou uma decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos”. Essa abordagem visa evitar reações precipitadas que possam agravar a situação.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também reforçou a necessidade de aguardar os anúncios oficiais. Durante um evento em São Paulo, Alckmin afirmou que “nossa disposição é sempre a de colaboração e parceria em benefício das nossas populações”, destacando que a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é equilibrada e vantajosa para ambos os lados.

As autoridades brasileiras estão atentas ao impacto que essas tarifas podem ter sobre a economia nacional. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, ficando atrás apenas do Canadá. As exportações brasileiras de ferro, aço e alumínio representam uma parcela significativa do comércio bilateral, com os EUA adquirindo 18% de todas as exportações brasileiras desse setor no ano passado.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Alckmin lembrou que, em ocasiões anteriores em que tarifas foram impostas, como em 2018, o governo americano utilizou um sistema de cotas que mitigou os impactos para os exportadores brasileiros. Ele reiterou a importância do diálogo entre os dois países como forma de resolver possíveis divergências comerciais.

Além disso, Haddad não descartou a possibilidade de retaliações, como a taxação de grandes empresas de tecnologia, caso as tarifas sejam implementadas. No entanto, ele reforçou que qualquer decisão dependerá das medidas efetivamente adotadas por Trump.

A expectativa em Brasília é de que a postura do governo americano não seja direcionada exclusivamente ao Brasil, mas sim uma medida unilateral que afete todos os fornecedores. Essa avaliação preliminar é compartilhada por integrantes da área econômica, que consideram que a situação pode ser menos prejudicial do que em anos anteriores.

As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos são historicamente significativas, com os dois países trocando bilhões de dólares em produtos anualmente. Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA totalizaram aproximadamente US$ 40,3 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 40,6 bilhões, evidenciando a interdependência econômica entre as nações.

O governo brasileiro, portanto, se prepara para enfrentar um cenário de incerteza, mas mantém a esperança de que um diálogo construtivo possa prevalecer e evitar a escalada de tensões comerciais entre os países.

Veja também:

Tópicos: