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Policial civil é denunciado por homicídio de comerciante na Barra da Tijuca
MPRJ solicita prisão preventiva de Raphael Pinto Ferreira Gedeão após crime em janeiro
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta segunda-feira, o policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão pelo homicídio do comerciante Marcelo dos Anjos Abitan da Silva. O crime ocorreu em 19 de janeiro, em frente a um hotel na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital fluminense.
De acordo com a denúncia apresentada pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, Gedeão é acusado de homicídio triplamente qualificado, uma vez que teria agido por motivo fútil e sem que a vítima tivesse a chance de se defender. Marcelo foi atingido por três tiros disparados a curta distância e pelas costas, utilizando uma arma de uso privativo.
A discussão entre Gedeão e Silva começou quando o comerciante encontrou o veículo do policial parado na rampa de acesso ao estacionamento, obstruindo a passagem. Após um desentendimento verbal, Gedeão efetuou os disparos. A denúncia também aponta que o policial não prestou socorro à vítima e, em seguida, foi para seu apartamento, onde trocou de roupa e fugiu do local, arrebentando a cancela do estacionamento ao sair.
O policial foi preso dois dias após o crime. Desde sua detenção, Gedeão optou por não se manifestar, decidindo permanecer em silêncio até a audiência judicial. Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro enfatizou que não compactua com desvios de conduta entre seus servidores e que a investigação está em andamento, seguindo todos os trâmites legais.
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As circunstâncias do crime foram esclarecidas por testemunhas e por imagens de câmeras de segurança. Um funcionário do hotel relatou à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) que, momentos antes de ser baleado, Marcelo gritou: “Para que isso? Para que isso?”.
O caso ganhou repercussão devido à gravidade da situação, envolvendo um agente da lei e um comerciante, que, segundo informações, era assessor parlamentar da vereadora Vera Lins, do Progressistas. Marcelo também era empresário e possuía lojas em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Após o sepultamento de Marcelo, que ocorreu no dia 20 de janeiro no Cemitério Jardim da Saudade, a comunidade local expressou indignação diante da violência que culminou na morte do comerciante. Ele deixa uma esposa e um filho, que recentemente comemorou a aprovação no vestibular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O MPRJ, ao solicitar a prisão preventiva de Gedeão, busca garantir que a investigação prossiga sem interferências e que a justiça seja feita no caso que chocou a população carioca. O crime não apenas destaca a necessidade de responsabilização de agentes de segurança, mas também levanta preocupações sobre a violência que permeia a sociedade.
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