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Arábia Saudita reafirma proibição de álcool na Copa do Mundo de 2034
Embaixador Khalid bin Bandar Al Saud destaca que cultura local será mantida durante o evento esportivo.
A Arábia Saudita, escolhida como sede da Copa do Mundo de 2034, confirmou que não haverá permissão para o consumo de bebidas alcoólicas durante o torneio. O príncipe Khalid bin Bandar Al Saud, embaixador saudita no Reino Unido, reiterou que a proibição, vigente desde a década de 1950, permanecerá inalterada durante o evento.
Em entrevista à LBC, o embaixador afirmou: “No momento, não permitimos álcool. É possível se divertir bastante sem álcool. Não é 100% necessário e, se você quiser beber depois de sair, fique à vontade, mas no momento não temos álcool”. Essa posição reflete a rígida legislação do país, que proíbe a posse e o consumo de bebidas alcoólicas.
A proibição de álcool na Arábia Saudita é uma questão cultural e religiosa, alinhada à interpretação da sharia, a lei islâmica. Khalid bin Bandar Al Saud enfatizou que “cada um tem sua própria cultura” e que o país está disposto a acomodar os visitantes, mas sem alterar suas tradições. “Estamos felizes em acomodar as pessoas dentro dos limites da nossa cultura, mas não queremos mudar nossa cultura para outra pessoa”, completou.
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Além da questão do álcool, o embaixador também abordou a presença da comunidade LGBTQIA+ durante o torneio. Embora a homossexualidade seja ilegal na Arábia Saudita e as relações entre pessoas do mesmo sexo não sejam reconhecidas, Khalid bin Bandar Al Saud afirmou que “nós receberemos todos na Arábia Saudita. Não é um evento saudita, é um evento mundial e, em grande medida, daremos as boas-vindas a todos que quiserem vir”.
A escolha da Arábia Saudita como sede da Copa do Mundo de 2034 gerou controvérsias e críticas, especialmente em relação às questões de direitos humanos. O país foi o único candidato na disputa e recebeu nota 4,2 de um máximo de 5, sendo eleito por aclamação. O evento contará com jogos em 15 estádios localizados em cinco cidades: Neom, Jidá, Abha, Riade e Al Khobar, com o Estádio King Salman, em Riade, designado para a abertura e a final do torneio.
As regras rígidas sobre o consumo de álcool e a postura em relação à comunidade LGBTQIA+ poderão gerar tensões entre a Arábia Saudita e a FIFA, especialmente considerando que um dos principais patrocinadores do evento é uma empresa de bebidas alcoólicas. A FIFA terá que navegar por essas complexas questões culturais e legais enquanto se prepara para o evento de 2034.
As autoridades sauditas têm enfatizado que a realização da Copa do Mundo é uma oportunidade para mostrar a cultura do país ao mundo, mas também ressaltam que não abrirão mão de suas tradições e leis em nome do evento. O príncipe Khalid bin Bandar Al Saud concluiu: “Estamos felizes em acomodar as pessoas dentro dos limites da nossa cultura, mas não queremos mudar nossos hábitos para outras pessoas”.
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