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Hamas confirma liberação de reféns israelenses conforme acordo de cessar-fogo
Organização militante reafirma compromisso com a troca de reféns no próximo sábado, em meio a tensões com Israel.
O grupo militante Hamas anunciou que irá liberar reféns israelenses conforme o planejado, em cumprimento ao acordo de cessar-fogo estabelecido com Israel. A declaração foi feita na quinta-feira, em meio a crescentes preocupações sobre a possibilidade de colapso do acordo.
Em um comunicado, o Hamas afirmou que três reféns israelenses serão libertados no próximo sábado, de acordo com o cronograma previamente acordado. A organização havia ameaçado adiar a troca de reféns, acusando Israel de não cumprir suas obrigações, como a permissão para a entrada de tendas e abrigos.
Os mediadores egípcios e qatarianos garantiram que trabalharão para “remover todos os obstáculos” e assegurar que o cessar-fogo se mantenha. A situação é delicada, pois Israel já havia declarado que poderia retomar suas operações militares caso os reféns não fossem liberados.
O Hamas, que anteriormente havia sinalizado a possibilidade de um adiamento na troca, agora reafirma seu compromisso com o acordo, destacando que as negociações com os mediadores têm avançado positivamente. A organização declarou que a liberação dos reféns está em conformidade com o que foi assinado, incluindo a troca de prisioneiros dentro do cronograma estipulado.
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O governo israelense ainda não se manifestou oficialmente sobre a recente declaração do Hamas. A tensão entre as partes aumentou nas últimas semanas, especialmente após o ataque terrorista liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 pessoas e no sequestro de 250 israelenses.
Desde o início do conflito, mais de 48.000 palestinos foram mortos, e a maioria da população de Gaza, que conta com 2,3 milhões de habitantes, foi deslocada devido à ofensiva militar israelense. O Hamas já liberou 16 dos 33 reféns que se comprometeu a soltar durante o período de cessar-fogo, que está previsto para durar 42 dias.
A retórica belicosa do governo israelense, incluindo declarações de seu ministro da Defesa, Israel Katz, que afirmou que “as portas do inferno se abrirão” caso os reféns não sejam libertados, reflete a crescente pressão sobre o Hamas para cumprir com o acordo. O governo israelense tem enfrentado críticas internas e externas sobre sua abordagem em relação ao conflito e à situação humanitária em Gaza.
Enquanto isso, líderes árabes intensificaram esforços para mediar a situação e evitar que o plano do presidente dos EUA, Donald Trump, de deslocar palestinos de Gaza para países vizinhos, se concretize. O Egito planeja sediar uma cúpula árabe de emergência para discutir a crise e buscar uma solução pacífica para o conflito.
As negociações continuam em um cenário de incerteza, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos. A liberação dos reféns é vista como um passo crucial para a manutenção do cessar-fogo e para a possibilidade de um diálogo mais amplo entre as partes envolvidas.
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