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Inflação mensal da Argentina recua para 2,2% em janeiro, menor taxa em cinco anos
Resultado representa uma desaceleração em relação ao mês anterior; taxa acumulada em 12 meses é de 84,5%.
A inflação mensal na Argentina registrou uma queda significativa, alcançando 2,2% em janeiro de 2025. Este resultado representa uma desaceleração de 0,5 ponto percentual em comparação com os 2,7% registrados em dezembro de 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) nesta quinta-feira, 13 de fevereiro.
Este índice marca a menor taxa de inflação mensal desde julho de 2020, refletindo um processo contínuo de desinflação no país. A taxa acumulada em 12 meses também apresentou uma redução significativa, caindo para 84,5%, o que representa uma diminuição de 33,3 pontos percentuais em relação aos 117,8% registrados no final do ano passado.
Os setores que mais contribuíram para a inflação em janeiro foram restaurantes e hotéis, com um aumento de 5,3%, e habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, que subiram 4,0%. Por outro lado, as categorias de educação e vestuário e calçados tiveram as menores oscilações, com aumentos de apenas 0,5% e uma queda de 0,7%, respectivamente.
O governo do presidente Javier Milei, que assumiu o cargo em 2023, tem implementado uma série de medidas econômicas rigorosas, incluindo cortes de gastos públicos e ajustes fiscais, que, segundo o Instituto Argentino de Análise Fiscal (IARAF), resultaram em uma redução de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Essas políticas visam estabilizar a economia e controlar a inflação, que historicamente tem sido um problema persistente na Argentina.
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Além disso, o Banco Central da República da Argentina anunciou uma redução na taxa de juros, que caiu de 32% para 29% ao ano no final de janeiro. A decisão foi justificada pela autoridade monetária com base na “consideração da consolidação observada nas expectativas de queda da inflação”.
O primeiro resultado de inflação interanual abaixo de 100% desde janeiro de 2023, quando foi de 98,8%, também é um sinal positivo para a economia argentina, que enfrenta desafios significativos, como o aumento da pobreza, que atingiu 52,9% da população no primeiro semestre de 2024.
O governo de Milei, embora tenha conseguido o primeiro superávit fiscal anual desde 2010, também enfrenta críticas devido à recessão econômica que se instalou, afetando a qualidade de vida da população. Há indícios de que a situação econômica possa ter melhorado no segundo semestre de 2024, mas os dados ainda são incertos.
O cenário econômico da Argentina continua a ser monitorado de perto, à medida que o governo busca equilibrar o controle da inflação com a necessidade de estimular o crescimento econômico e melhorar as condições de vida da população.
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