O presidente Lula reafirma a importância da exploração de petróleo e critica o Ibama por falta de autorização.
14 de Fevereiro de 2025 às 10h08

Lula critica Ibama e defende exploração de petróleo na Margem Equatorial

O presidente Lula reafirma a importância da exploração de petróleo e critica o Ibama por falta de autorização.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma nova entrevista a uma rádio nesta sexta-feira, onde voltou a criticar o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pela ausência de autorização para as pesquisas que visam avaliar a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região que abrange a costa do Amapá.

Durante a entrevista, Lula destacou que a economia do Brasil deve continuar em crescimento em 2025, afirmando: “O que vale para mim na economia é a quantidade de dinheiro que está no bolso do povo pobre e esse dinheiro está crescendo”.

Em uma declaração anterior, o presidente já havia manifestado sua insatisfação com o Ibama, alegando que o órgão parece atuar contra o governo ao não conceder a licença para a exploração na Foz do Amazonas. Ele defendeu a pesquisa na área, enfatizando que o Ibama deveria facilitar o processo ao invés de criar obstáculos.

“Não é que vou mandar explorar, eu quero que seja explorado. O que não dá é ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo e está parecendo que é um órgão contra o governo”, disse Lula em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá.

Após as críticas de Lula, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, respondeu, esclarecendo que não recebeu pressão direta do presidente, mas reconheceu que há uma demanda social por respostas em relação a empreendimentos emblemáticos. “Se eu não gostasse de pressão, não estaria fazendo o que faço”, afirmou Agostinho.

Lula também mencionou que a Casa Civil deve se reunir com o Ibama ainda nesta semana para discutir a autorização para que a Petrobras realize pesquisas na região. Ele ressaltou a importância de se realizar estudos antes de qualquer exploração, afirmando que, muitas vezes, perfurações profundas não encontram o que se espera.

O presidente destacou que a Petrobras é a “empresa mais responsável” e que seguirá todos os procedimentos necessários para evitar danos ambientais na Foz do Amazonas. Ele argumentou que a exploração de petróleo é fundamental para financiar a transição energética do país.

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“Não podemos saber que existe uma riqueza debaixo de nós e não vamos explorar. É dessa riqueza que teremos dinheiro para construir a sonhada transição energética”, complementou.

Interlocutores de Lula indicam que o governo pretende que a autorização para a pesquisa seja concedida ainda no primeiro trimestre. O presidente tem abordado o tema com frequência, enfatizando que a autorização inicial se refere apenas à pesquisa, e que uma nova licença ambiental será necessária caso a exploração se mostre viável.

A defesa da pesquisa na Margem Equatorial é um compromisso que Lula assumiu com o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que representa o estado onde se estima a existência de reservas significativas de petróleo.

O governo calcula que a produção de petróleo na região pode gerar uma arrecadação de até R$ 1 trilhão. Lula reiterou a importância dessa riqueza para o país, afirmando que o Brasil não pode abrir mão dela.

A Petrobras ainda aguarda a autorização do Ibama para iniciar suas pesquisas, um procedimento padrão que precede a exploração de petróleo. Após Lula se comprometer com Alcolumbre, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, informou que todas as demandas apresentadas pelo Ibama foram atendidas em novembro.

Antes de se comprometer com Alcolumbre, Lula também cobrou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre a liberação da licença para a prospecção da Petrobras na Margem Equatorial. Marina não foi pega de surpresa pela pressão do presidente, já que Lula havia solicitado que ela resolvesse os impasses relacionados à licença em reuniões anteriores.

Marina Silva, em nota, afirmou que não exerce influência sobre o processo de licenciamento e que a análise deve ser técnica, respeitando os critérios previstos na legislação ambiental. Ela defendeu a independência do Ibama para decidir sobre a exploração na Margem Equatorial, ressaltando que a avaliação deve considerar os aspectos socioambientais dos projetos propostos.

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