Em Munique, o presidente ucraniano destaca a necessidade de um plano para acabar com a guerra e garantir a paz duradoura.
14 de Fevereiro de 2025 às 18h44

Zelensky pede plano para deter Putin após encontro com vice-presidente dos EUA

Em Munique, o presidente ucraniano destaca a necessidade de um plano para acabar com a guerra e garantir a paz duradoura.

MUNIQUE – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, enfatizou a importância de um plano estratégico para encerrar a guerra em seu país durante a Conferência de Segurança de Munique, realizada na última sexta-feira. Após uma reunião com o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, Zelensky afirmou que a conversa foi produtiva e que é necessário intensificar os esforços para deter o presidente russo, Vladimir Putin.

“Precisamos conversar mais, trabalhar mais e preparar um plano para parar Putin”, declarou Zelensky, ressaltando a urgência da situação atual. O encontro entre os dois líderes ocorreu em um momento crítico, onde a Ucrânia busca apoio contínuo dos Estados Unidos para enfrentar a agressão russa.

J.D. Vance, que é o vice-presidente dos EUA, também abordou a questão da paz durante a conferência. Ele afirmou que Washington está comprometido em garantir uma paz duradoura, após sua primeira reunião com Zelensky. O vice-presidente destacou a necessidade de um entendimento claro para evitar que a paz resultasse em um conflito renovado no leste europeu.

“Queremos alcançar uma paz duradoura, não aquele tipo de paz que acabará com o leste europeu em conflito dentro de alguns anos”, afirmou Vance. Ele se comprometeu a continuar as discussões com Zelensky nos próximos dias, semanas e meses, para desenvolver um plano que atenda às necessidades da Ucrânia.

Apesar do tom otimista, a realidade é que o conflito na Ucrânia não foi o foco principal de Vance durante seu discurso na conferência. Ele se concentrou em criticar as democracias europeias e enfatizou a necessidade de aumentar os gastos militares na Europa para garantir a segurança do continente.

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Zelensky, por sua vez, expressou sua disposição em negociar diretamente com Putin, mas somente quando houvesse um consenso com os Estados Unidos e os aliados europeus sobre um “plano comum”. “Eu me encontrarei com Putin apenas quando tivermos um plano comum com Trump e a Europa. Só então estarei pronto para uma reunião”, afirmou.

A perspectiva de negociações de paz, que foi prometida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, após conversas com Putin, deveria dominar a agenda da conferência. No entanto, a abordagem cautelosa de Vance em relação à ajuda à Ucrânia deixou muitas incertezas sobre o futuro do apoio americano.

Os comentários de Trump, que sugeriu a possibilidade de um acordo com Putin, geraram preocupações entre os líderes europeus, que temem ser excluídos de um possível entendimento que favoreça a Rússia. Zelensky pediu que os aliados europeus não se deixassem enganar pelas promessas de Putin de encerrar a guerra.

Além disso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que Bruxelas proporá isentar os investimentos em defesa das regras de cálculo dos déficits públicos dos estados-membros, em resposta à insistência de Washington por um aumento nos gastos militares na Europa.

O clima de incerteza foi reforçado pelo alerta do presidente francês, Emmanuel Macron, que advertiu contra uma “paz que seria uma capitulação” para a Ucrânia. Ele destacou que a questão crucial é se Putin está genuinamente disposto a aceitar um cessar-fogo.

Durante a conferência, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, também expressou preocupações sobre a possibilidade de uma paz superficial, afirmando que isso não traria segurança duradoura para a Ucrânia ou para a Europa.

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