Pesquisas eleitorais indicam piora na avaliação do presidente, impactando mercado financeiro
15 de Fevereiro de 2025 às 08h01

Ibovespa sobe e dólar fecha abaixo de R$ 5,70 com queda na aprovação de Lula

Pesquisas eleitorais indicam piora na avaliação do presidente, impactando mercado financeiro

O mercado financeiro brasileiro apresentou um desempenho positivo nesta sexta-feira, com o Ibovespa registrando uma alta significativa e o dólar fechando abaixo da marca de R$ 5,70. Essa movimentação ocorre em meio a novas pesquisas eleitorais que revelaram uma queda acentuada na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a pesquisa do Datafolha, divulgada hoje, a aprovação de Lula caiu de 35% em dezembro de 2024 para apenas 24% em janeiro de 2025. Este é o menor índice já registrado pelo petista em suas três gestões no Palácio do Planalto. A reprovação, por sua vez, subiu de 34% para 41%, atingindo um recorde histórico.

Por volta das 16h40, o Ibovespa subia 2,63%, alcançando 128.147 pontos, após ter atingido uma máxima de 128.243 pontos durante o pregão. A alta foi impulsionada principalmente pela valorização das ações da Petrobras, que apresentaram ganhos de 3,06% para as ações preferenciais (PN) e 3,40% para as ordinárias (ON).

No mercado de câmbio, o dólar também apresentou uma queda acentuada, sendo negociado a R$ 5,6986, o que representa uma desvalorização de 1,20%. Este valor é o menor registrado desde 7 de novembro do ano passado. A pesquisa do Datafolha contribuiu para a redução dos prêmios de risco associados aos ativos brasileiros.

As notícias sobre a aprovação do presidente influenciaram diretamente as taxas dos juros futuros, especialmente na parte longa da curva, que é mais sensível às expectativas fiscais do país. No mesmo horário, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu de 14,84% para 14,775%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 recuou de 14,95% para 14,765%.

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O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, destacou que a apreciação do real foi impulsionada não apenas pelo cenário externo, mas também pela retirada dos prêmios de risco após a divulgação dos dados do Datafolha. Ele enfatizou que a situação atual aumenta a pressão sobre a condução da política econômica, uma vez que Lula busca manter a inflação e as contas públicas sob controle.

O dólar, que havia atingido uma mínima de R$ 5,6947, fechou a sessão cotado a R$ 5,6962, uma queda de 1,26%. Com isso, a moeda americana encerra a semana com uma desvalorização de 1,68% em relação ao real e uma queda acumulada de 2,41% em fevereiro.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, também apresentou queda, operando ao redor dos 106,750 pontos, uma redução de cerca de 0,50% na semana.

O enfraquecimento do dólar globalmente é atribuído a um aumento nas expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve, especialmente após a divulgação de dados fracos sobre a atividade econômica nos Estados Unidos. As vendas no varejo caíram 0,9% entre janeiro e dezembro, contrariando as previsões de estabilidade.

Além disso, a percepção de que não haverá uma escalada iminente na guerra comercial, após as recentes declarações do presidente americano Donald Trump sobre tarifas, também contribuiu para a desvalorização da moeda americana.

Com a expectativa de que as tarifas anunciadas por Trump possam não se concretizar, o mercado permanece atento às movimentações econômicas e políticas que podem impactar o cenário financeiro nos próximos meses.

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