A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) dialogará com parentes das vítimas sobre a reabertura das investigações do acidente de 1976.
15 de Fevereiro de 2025 às 11h12

Comissão de Desaparecidos ouvirá familiares antes de investigar morte de Juscelino Kubitschek

A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) dialogará com parentes das vítimas sobre a reabertura das investigações do acidente de 1976.

A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, anunciou que iniciará um diálogo com os familiares das vítimas do acidente que resultou na morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 1976. A decisão foi tomada durante a 3ª Reunião Ordinária do colegiado, realizada na última sexta-feira, 14.

Antes de dar prosseguimento à investigação, a CEMDP buscará ouvir as famílias do ex-presidente e do motorista Geraldo Ribeiro, que também faleceu no acidente. Após as conversas, a relatoria apresentará à Comissão a decisão sobre a investigação e possíveis diligências a serem realizadas.

“Assim como em todos os casos analisados pela CEMDP, é essencial que as famílias diretamente interessadas sejam consultadas para participarem do processo”, afirmou o comunicado da comissão.

A Dra. Maria Cecília Adão, relatora das investigações preliminares, decidiu incluir no processo o motorista Geraldo Ribeiro, que também foi vítima do acidente. Em razão da complexidade jurídica do caso, a comissão designou um segundo relator, Dr. Rafaelo Abritta, para atuar em conjunto.

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O pedido para reabertura da investigação foi protocolado logo após a reinstalação da CEMDP, por Gilberto Natalini, ex-vereador e ex-presidente da Comissão da Verdade de São Paulo, e pelo jornalista Ivo Patarra.

Juscelino Kubitschek, conhecido como JK, faleceu em 22 de agosto de 1976, em um acidente de trânsito na Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. O Chevrolet Opala em que estava colidiu com um caminhão após invadir a contramão.

Em 2021, um inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF) rejeitou a hipótese de que uma colisão entre um ônibus e o Opala, onde estava JK, teria causado o acidente. Contudo, o inquérito atestou que é “impossível afirmar ou descartar” a possibilidade de um atentado político que poderia ter levado à perda de controle do veículo.

As circunstâncias do acidente permanecem controversas, e a maioria das investigações busca esclarecer os motivos que levaram o motorista Geraldo Ribeiro a perder o controle do Opala que transportava Juscelino.

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