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Sogra de suspeita de envenenamento fala sobre crime que chocou o Brasil
Zeli dos Anjos revelou detalhes sobre Deise Moura, encontrada morta na prisão, em entrevista ao Fantástico.
Zeli dos Anjos, sogra de Deise Moura dos Anjos, a principal suspeita de envenenar quatro pessoas com arsênio em um bolo, concedeu sua primeira entrevista após a morte da filha política, encontrada morta na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Em uma conversa emocionada ao programa Fantástico, da TV Globo, Zeli afirmou: “Eu sabia que ela era má”.
A declaração de Zeli, que sobreviveu ao envenenamento, foi feita no último domingo (16). Durante a entrevista, ela expressou sua dor pela perda das quatro pessoas mais importantes de sua vida, que foram vítimas do crime. “Eu não tenho nem pena, nem raiva, nem ódio, nem sei que tipo de sentimento. Mas, quando eu penso que ela tirou as quatro pessoas mais importantes da minha vida…” relatou a dona de casa, visivelmente abalada.
O crime, que ocorreu em um encontro familiar na véspera de Natal de 2024, em Torres, no Rio Grande do Sul, deixou a comunidade local em choque. Zeli, que era considerada o principal alvo de Deise, revelou que sempre soube que a suspeita tinha tendências malignas, mas nunca imaginou que ela chegaria a um nível tão extremo. “Eu sabia que ela era má, que ela fazia maldades, mas nunca que fosse chegar a um nível desses”, afirmou.
Na ocasião, sete pessoas ingeriram o bolo envenenado, resultando em várias hospitalizações e na morte de quatro delas, incluindo as irmãs de Zeli, Maida Berenice e Neuza Denize, além de Tatiana, filha de Neuza. Deise também consumiu o bolo e foi hospitalizada, mas não sobreviveu ao incidente.
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As investigações revelaram que a principal suspeita tinha um histórico de desentendimentos familiares, que remontam a cerca de 20 anos. A polícia encontrou evidências de que Deise havia pesquisado sobre substâncias tóxicas, incluindo arsênio, antes do crime. A análise de amostras do bolo confirmou a presença de arsênio em concentrações 2.700 vezes superiores ao limite aceitável.
O sogro de Zeli, Paulo Luiz dos Anjos, também teria sido envenenado. Ele faleceu em setembro de 2024, e a polícia exumou seu corpo, encontrando arsênio em sua composição. Zeli revelou que inicialmente não acreditou nas advertências de amigos sobre a possibilidade de envenenamento.
Com a morte de Deise, a polícia continua a investigar o caso, buscando esclarecer todos os elementos que cercam essa tragédia familiar. “Vamos seguir com os trabalhos para esclarecer todos os elementos e detalhes que envolvem este fato”, afirmou um dos investigadores.
A dor de Zeli é palpável, mas ela tenta se manter forte pelos familiares que sobreviveram. “Um dia atrás do outro, pensando que meu neto precisa, meu filho também”, concluiu, refletindo sobre a necessidade de seguir em frente após a tragédia.
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