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Ex-prefeito de Taboão da Serra é investigado por forjar atentado para eleição
Jos é Aprígio da Silva, que tentava se reeleger, é alvo de operação da polícia e do MP por simulação de ataque a tiros
São Paulo – A Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público do Estado (MPSP) deflagraram uma operação para investigar o ex-prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio da Silva, de 72 anos, acusado de forjar um atentado a tiros durante a campanha eleitoral de 2024. O episódio, que ocorreu em outubro do ano passado, teria sido encenado para gerar comoção e vantagem eleitoral durante o pleito.
De acordo com as investigações, o ex-prefeito, que tentava a reeleição pelo Podemos, teria simulado um ataque em seu veículo, um Jeep Renegade, enquanto circulava por áreas afetadas por chuvas na cidade. Na ocasião, um veículo teria disparado contra o carro de Aprígio, resultando em um tiro que o atingiu no ombro. No entanto, a polícia concluiu que o atentado foi uma farsa.
Na operação realizada nesta segunda-feira (17), foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão temporária. Entre os detidos está Valdemar Aprígio, irmão do ex-prefeito, que foi encontrado em posse de um revólver com numeração raspada. Também foram apreendidos celulares, computadores, R$320 mil em dinheiro, além de armas e munições.
As autoridades identificaram que o plano de simulação do atentado envolveu outros aliados de Aprígio, incluindo ex-secretários municipais, como Ricardo Rezende, que atuou como secretário de Obras, e José Vanderlei, ex-secretário de Transportes. A investigação aponta que o grupo buscava manipular a opinião pública para favorecer a candidatura de Aprígio nas eleições.
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O atentado forjado ocorreu a nove dias do segundo turno das eleições, quando Aprígio, que havia recebido 25,93% dos votos no primeiro turno, foi derrotado pelo atual prefeito, Engenheiro Daniel, que obteve 66,27%. O ex-prefeito foi internado após o suposto ataque, mas a hospitalização não foi suficiente para reverter o resultado das eleições.
Em uma publicação nas redes sociais, Aprígio relatou ter sofrido ferimentos graves e ter passado por cirurgia para remoção de fragmentos do projétil. O incidente foi amplamente divulgado, com vídeos mostrando o político sendo socorrido em uma cadeira de rodas após o ataque.
As investigações continuam, e a Polícia Civil já identificou quatro homens que teriam participado do atentado simulado. Um deles foi preso anteriormente, e a Polícia Federal também está envolvida nas apurações.
Os veículos utilizados na simulação do atentado foram localizados, sendo um deles encontrado incendiado em Osasco. A arma utilizada, um fuzil AK-47, ainda não foi recuperada pelas autoridades.
O caso levanta preocupações sobre a integridade do processo eleitoral em Taboão da Serra e a possibilidade de manipulação de informações para obter vantagens políticas. As investigações estão em andamento, e novas informações devem surgir nas próximas semanas.
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