Josée Aprígio, ex-prefeito da cidade, teria pago R$ 85 mil por arma usada em encenação de ataque durante campanha eleitoral.
18 de Fevereiro de 2025 às 17h24

Ex-prefeito de Taboão da Serra é acusado de comprar fuzil para atentado forjado

Josée Aprígio, ex-prefeito da cidade, teria pago R$ 85 mil por arma usada em encenação de ataque durante campanha eleitoral.

O ex-prefeito de Taboão da Serra, Josée Aprígio, que pertence ao partido Podemos, é alvo de investigações que apontam que ele teria desembolsado R$ 85 mil para adquirir um fuzil utilizado em um atentado forjado contra ele mesmo, ocorrido em outubro de 2024, durante sua campanha pela reeleição. As informações foram reveladas a partir de uma delação premiada de um dos envolvidos no caso, cuja identidade permanece em sigilo.

A delação, homologada pela Justiça, indica que Aprígio e pelo menos nove outros indivíduos estão sendo investigados por associação criminosa e tentativa de homicídio simulada. O suposto plano teria sido elaborado com o objetivo de gerar comoção e alavancar sua candidatura à prefeitura.

De acordo com o delator, “Josée Aprígio queria contratá-los para ‘dar um susto’ nele, a fim de chamar a atenção da mídia e impulsionar sua candidatura à prefeitura”, conforme consta em seu depoimento.

O delator ainda revelou que secretários municipais envolvidos no esquema intermediaram o pagamento de R$ 500 mil a cinco atiradores e seus comparsas. As informações obtidas foram fundamentais para que a Polícia Civil e o Ministério Público deflagrassem, no dia 17 de fevereiro, a “Operação Fato Oculto”, que visa prender os suspeitos.

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O suposto atentado ocorreu no dia 18 de outubro de 2024, quando o carro blindado de Aprígio foi atingido por seis disparos de fuzil na Avenida Aprígio Bezerra da Silva, em Taboão da Serra. O ex-prefeito foi ferido no ombro esquerdo, mas seu motorista, um secretário e um fotógrafo que o acompanhavam não sofreram ferimentos.

Investigações indicam que os organizadores do ataque não previram que os disparos poderiam atravessar a blindagem do veículo. O delator afirmou que “foi o próprio prefeito quem pediu para atirar no vidro do veículo”, acreditando que os tiros não ultrapassariam a proteção do carro.

O relatório da Polícia Civil destaca que não houve uma tentativa real de homicídio, mas sim uma encenação destinada a influenciar a opinião pública. “O conjunto probatório comprova que não houve tentativa de homicídio contra Josée Aprígio, mas um embuste voltado a reverter a vontade dos eleitores de Taboão da Serra, legitimamente expressa nas urnas”, diz o documento.

A defesa de Aprígio negou as acusações, afirmando que ele foi “vítima de um atentado real”. O advogado do ex-prefeito declarou que Aprígio “está tranquilo e seguro” e expressou surpresa com as conclusões da investigação.

Na disputa eleitoral de 2024, Aprígio foi derrotado pelo candidato Engenheiro Daniel, do União Brasil, que venceu o segundo turno das eleições municipais.

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